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Retratos do Sincretismo

Novo livro resgata o Brasil visto pelas lentes do francês Pierre Verger

Redação Publicado em 30/09/2009, às 13h10

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Candomblé: Bahia, 1972 - O bom trânsito de Verger permitia que ele registrasse incontáveis cultos religiosos. Estas imagens são da festa Águas de Oxalá, com participação do Candomblé Opô Aganjú - Foto Pierre Verger
Candomblé: Bahia, 1972 - O bom trânsito de Verger permitia que ele registrasse incontáveis cultos religiosos. Estas imagens são da festa Águas de Oxalá, com participação do Candomblé Opô Aganjú - Foto Pierre Verger

''Este homem é um feiticeiro, tem poderes." Essa é uma das inúmeras descrições feitas a respeito de Pierre Verger. Nascido na França em 1902, Verger era homem da época em que ainda existiam mistérios perdidos para serem descobertos nos quatro cantos do mundo. Na década de 30, largou a vida confortável que tinha em seu país e virou fotógrafo itinerante. Acompanhado de sua Rolleiflex, rumou ao Oriente e à África, clicando civilizações que viraram poeira com a chegada dos tempos modernos. Depois da Segunda Guerra, Verger aparentemente já tinha visto tudo, mas sua vida mudou totalmente quando chegou à Bahia em 1946. Ele se transformou, mergulhando de cabeça na cultura e religião afro-brasileiras. Verger estudou a diáspora africana e se apegou ao candomblé, ganhando o título de babalaô. Sua atuação como etnológo foi reconhecida pela Universidade de Sorbonne. Os retratos de Verger capturam a essência da Bahia pré-trio elétrico. Até sua morte em 1996, foi um dos grandes poetas visuais de Salvador, celebrando rostos anônimos, porém expressivos, e invadindo ruas, becos e ladeiras. O livro Pierre Verger - Fotografias para Não Esquecer (Terra Virgem) resgata uma parte do acervo desse mestre.