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Reencontrando os Beatles

Por dentro dos estúdios Abbey Road, onde os álbuns do quarteto de Liverpool recebem os primeiros upgrades sonoros em 22 anos

Por Brian Hiatt Publicado em 02/09/2009, às 10h22

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Desde que os primeiros álbuns dos Beatles foram lançados em CD, em 1987, os fãs vêm reclamando da qualidade anêmica do som dos discos. Após 22 anos de espera, os donos do legado da banda finalmente resolveram fazer algo a respeito - os 14 álbuns remasterizados chegam às lojas em 9 de setembro (inclusive no Brasil). "Me lembro de ter ido ao museu e visto os documentos de Winston Churchill, amarelados e amassados", diz Paul McCartney. "Que bom saber que as nossas coisas estão seguindo o caminho inverso. Tudo está mais nítido, já que as mixagens são feitas cuidadosamente, como os caras do Abbey Road costumam fazer. Sabe, não é como se fosse um pessoal lá na China fazendo o serviço."

A resenha que a Rolling Stone EUA fez dos lançamentos dos CDs originais, em 1987, reclamava que as músicas estavam "com o volume estourado e horríveis de se ouvir", diferentes das versões em vinil. Conforme a tecnologia de som digital melhorava, as várias falhas dos CDs ficavam mais claras (em contraste, o catálogo dos Rolling Stones foi remasterizado diversas vezes desde seu lançamento original). Mas foi só há quatro anos que McCartney, Ringo Starr e as viúvas Yoko Ono e Olivia Harrison finalmente aprovaram a ideia da remasterização - e um time de engenheiros de som do Abbey Road (comandado por Allan Rouse, que trabalhou com George Martin em Anthology, em 1995) imediatamente iniciou os trabalhos.

O primeiro passo foi transferir as fitas master - guardadas "em um cofre com duas portas de aço, ambas com combinações, duas câmeras e um detector de fumaça", conta Rouse - para arquivos digitais, uma música de cada vez. A equipe técnica passou horas discutindo o quanto das gravações deveria ser limpo, removendo chiados e outros ruídos. "Concordamos que, se fizesse parte da performance dos Beatles, não retiraríamos", diz Rouse. "A cadeira rangendo no fim de 'A Day in the Life', respirações, tosses - tudo o que fazia parte da execução - ficou. Tudo o que consideramos problema técnico - cliques, sibilos, estalos, má edição, quedas no volume - tentamos melhorar ou, se possível, remover ou consertar."

Você lê esta matéria na íntegra na edição 36, setembro/2009