Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Mais Simples e Mais Intensos

Depois de quase quatro anos, My Chemical Romance prepara novo CD

Por Gavin Edwards Publicado em 11/01/2010, às 10h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
My Chemical Romance quer voltar com um som mais cru - GREG WATERMANN
My Chemical Romance quer voltar com um som mais cru - GREG WATERMANN

Álbum Ainda sem título

Previsto para meio de 2010

Logo no começo das gravações do quarto álbum do My Chemical Romance, a banda deu uma mostra ao técnico de som Rich Costey. "Tudo que ele ouviu foi barulho e cuspe", lembra o vocalista Gerard Way. Assustado, Costey perguntou: "Essas músicas são o quê?" "São canções de protesto", Way respondeu. "É o som do 'não'." Só mais tarde Way percebeu qual era a do protesto: "Eu estava protestando contra nós mesmos". Depois da exaustiva turnê do álbum The Black Parade, de 2006, o grupo estava esgotado e farto. "Pensei que a banda fosse acabar", diz o guitarrista Frank Iero. "Eu estava à espera de um telefonema do Gerard dizendo: 'Não dá mais'." Em vez disso, eles pararam por um ano e mudaram de empresários. Em fevereiro deste ano, foram aos velhos estúdios da A&M em Los Angeles, acompanhados do produtor do Pearl Jam, Brendan O'Brien.

"A ideia era mandar ver e não pensar demais", diz o baterista Bob Bryar. Eles esperavam terminar em abril, mas o álbum acabou tomando o ano todo. O objetivo, diz Way, era deixar de lado a teatralidade de The Black Parade - que tinha muita pompa de Pink Floyd e a cara da Liza Minnelli - e "aproveitar tudo que a banda tem de bom em músicas mais curtas. Quase protopunk, tipo Stooges ou MC5". A canção que os pôs no caminho certo foi "Trans Am". Começa com a frase "Tenho um coração à prova de balas" e então estoura para quatro minutos de rock pauleira. Com essa nova direção - apaixonada e melódica -, o MCR pôs de lado o material mais pesado no qual vinha trabalhando e escreveu uma nova série de canções: a rápida e suja "Still Alive", a simples e fácil "The Only Hope for Me Is You" e a supergrudenta "Death Before Disco" .

Em uma tarde de outubro, em Los Angeles, a banda está lapidando o álbum. Faltam apenas poucas semanas de trabalho: mixagem, masterização e escolher a ordem das músicas. Hoje, Way está trabalhando na faixa mais importante: "Trans Am" - que ele acha que seria melhorada por "1,2 segundos de Queen". Então ele aquece as cordas vocais, puxa uns fones de ouvido e canta: "Esses porcos estão atrás de mim, atrás de você", uma dúzia de vezes, fazendo uma harmonia tipo "Bohemian Rhapsody". Ele canta cheio de estilo, quase em falsete. Com um sorriso, ele anuncia: "Quando eu começar a soar como uma menina adolescente, aí é que a coisa fica boa".