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Máquinas do Tempo

Apaixonados têm em casa modelos vintage e guitarras que valem até 150 mil dólares

Claudio Tognolli Publicado em 13/08/2007, às 18h02 - Atualizado em 31/08/2007, às 19h29

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Jorge Marinhas: colecionador histórico - Otávio Souza
Jorge Marinhas: colecionador histórico - Otávio Souza

No YouTube, você digita "guitar rack" e fica impressionado: documentários do canal norte-americano VH1 mostram que, por debaixo do palco da banda U2, há uma verdadeira "loja" de guitarras com pelo menos 40 instrumentos. É que o guitarrista The Edge gosta de levar em turnê suas guitarras raras e antigas, as chamadas "vintage", as quais atraem um número cada vez maior de aficionados. No Brasil, dois colecionadores estão entre os maiores da América Latina: Marcus Rampazzo, guitarrista do grupo-tributo Beatles 4 Ever, e o publicitário Jorge Marinhas.

Professor de gente famosa como Marcelo Fromer e André Christovam, Rampazzo tem 56 guitarras antigas e raras. "É um investimento. Há 16 anos, paguei US$ 9,5 mil por uma Fender Stratocaster 1956. Hoje ela vale US$ 60 mil. Também comprei uma Gibson Les Paul Gold Top por US$ 23 mil. Hoje ela vale US$ 145 mil", revela o músico, que guarda com orgulho um cassete que contém uma gravação em que o beatle George Harrison o elogia.

Já Jorge Marinhas conserva nada menos que 50 guitarras em um estúdio dos sonhos no interior de São Paulo. Guitarrista da banda República, ele guarda jóias como uma Gretsch White Falco, algumas Gretschs DuoJet e uma Gibson branca de dois braços igual a usada por Alex Lifeson, do Rush, na faixa "Xanadu", além de mais de uma dúzia de Les Pauls. "Gosto das guitarras enquanto objeto, pelo corte, estilo das tonalidades. Não ligo para esse lance do ano de fabricação", diz.

Atualmente, Rampazzo explica, guitarras novas têm sido fabricadas com características das antigas - são os modelos "Vintage", como aquelas que Eric Johnson e Eric Clapton usam ao vivo. "Mas as fábricas não conseguem imitar no novo o som da madeira antiga, coisa de Stradivarius", diz ele, em referência aos famosos violinos. "Com o passar do tempo, os pólos do captador perdem a força, fazendo o som ficar macio, e não gritante como o som das coisas novas", avalia. "É por isso que The Edge e David Gilmour só usam esses instrumentos."

Já Marinhas aprecia a "postura" que as tantas guitarras podem lhe dar no palco. "Amo rock desde moleque, e como publicitário me preocupo muito com formas, transferi isso para as guitarras. Sou um apaixonado pelos estilos de época que cada guitarra traz nela", confessa. Os dois próximos sonhos do colecionador são bem conhecidos e não tanto ambiciosos: uma guitarra Mosrite igual à usada por Johnny Ramone; e uma Gretsch verde, como aquela que Bono Vox emprega para algumas músicas do U2.