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O sexo é pop - e Justin Timberlake é mestre nos dois

Um dos melhores discos de 2006, FutureSex/LoveSounds trouxe Justin Timberlake de volta aos holofotes. Em Amsterdã, entre um baseado e outro - ele jura que agora parou - o ex-NSync quer ser não só o rei do pop, mas também do sexo

Austin Scaggs Publicado em 16/05/2011, às 12h45

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"Não acredito que esqueci o quanto isso é divertido", diz Justin antes de mais um béqui - Terry Richardson
"Não acredito que esqueci o quanto isso é divertido", diz Justin antes de mais um béqui - Terry Richardson

Sentada ao meu lado no clube Paradiso, em Amsterdã (Holanda), está Lynn Harless, mãe de Justin Timberlake. Ela segura um cigarro em uma mão - aceso com um isqueiro em formato de vaca - e uma Heineken na outra. De vez em quando, liga um ventiladorzinho que oferece um show de luzes quando as hélices giram. "Quantas mães você conhece que carregam uma rave a tiracolo?", pergunta.

Justin Timberlake, 25 anos, apresenta as músicas do CD FutureSex/LoveSounds. No meio de "Like I Love You", arrisca o riff de "Smells Like Teen Spirit", clássica do Nirvana. Antes de tocar SexyBack" [algo como a volta da sensualidade], esclarece: "Esta é nova. Se vocês não gostarem, fodam-se". Harless canta junto com o filho. Ela deu à luz a Justin aos 20 anos. Os dois me disseram, em ocasiões diferentes, que "cresceram juntos". Enquanto Timberlake canta e dança, Lynn grita ao meu ouvido: "Quando ele era um bebê, tipo com 3 ou 4 meses, a gente o colocava em cima do balcão da cozinha para sacudir as pernas no ritmo da música.

Trocávamos o disco e ele começava a dançar de acordo com a batida nova. Era como se fosse o nosso brinquedinho". Mas o pequeno JT não herdou essa noção de ritmo da mãe. Lynn atribui o gene ao pai biológico - Randy Timberlake -, que tocava baixo e cantava as harmonias altas em uma banda de bluegrass. Mas Lynn criou Justin com Paul Harless, seu marido há 22 anos, banqueiro, que transmitiu ao enteado boas maneiras e um apurado senso de humor.

Timberlake lapidou sua habilidade para o canto na igreja, em sua infância em Millington, no estado norte-americano do Tennessee. Bem cedo, aos 10 anos, ele foi para Orlando, na Flórida, onde cantava sucessos do Top Forty e fazia esquetes no programa de TV The New Mickey Mouse Club. O astro mirim se destacava até entre futuras celebridades como as cantoras Britney Spears e Christina Aguilera, o ator Ryan Gosling, a ex-Felicity Keri Russell e o ex-companheiro de boy band, JC Chasez. Aos 14 anos, com o 'NSync, assinou seu primeiro contrato e transformou-se em um moleque insuportável. "Me achava o cara mais cool do mundo", recorda. "Ninguém podia me mandar fazer nada." E essa atitude se estendeu aos excessos do NSync: "Acho que desperdicei todas as minhas vidas na adolescência. É sempre mais impressionante beber quando é proibido. Hoje em dia, tento não queimar a vela dos dois lados."

Você pode achar que Justin deveria ter vergonha dos anos que passou com o 'NSync, só que o músico não se arrepende de nada (apenas de algumas roupas e penteados que teve que usar). "Foi um período ótimo, apesar de, no começo, a gente ter sido monetariamente estuprado por um estelionatário", afirma, referindo-se a Lou Pearlman, empresário dos Backstreet Boys. "Éramos só cinco idiotas sortudos."

Um deles, Lance Bass, declarou-se gay. "Estaria mentindo se dissesse que nós não sabíamos", JT me explica. "Mas nunca se tocava nesse assunto. Lance é meu amigo e sempre vou apoiá-lo e protegê-lo." Já sobre sua própria vida amorosa, Timberlake não diz nada, mas fica bem feliz em dar umas porradas nos paparazzi que perseguem a ele e a Cameron Diaz, sua namorada, de maneira incansável. "Os paparazzi são uns fodidos doentes. São como cromossomos que não param de se multiplicar. É uma profissão nojenta." Ele afirma que agora está em paz com essas "ratazanas", mas dispara: "Eu gosto da vida que levo, mas também quero ter minha privacidade".

Nas semanas anteriores ao meu encontro com o popstar, colunas de fofoca acreditavam que ele daria o pé na bunda de Cameron antes do lançamento de FutureSex/LoveSounds. Mas eles são um casal, sim. Na noite anterior ao show de Amsterdã, JT tocou no teatro La Cigale, de Paris, e Diaz estava em pé, bem na frente do palco, cantando as letras de todas as músicas, incluindo novas como "Sexy Ladies" e "Until the End of Time".

Depois do show, no lobby do refinado hotel Le Faubourg Sofitel, Diaz descansa a mão por cima do bolso esquerdo da calça do namorado. Juntos, os dois estudam um pedido fora de hora no McDonald's - um cheeseburger para ela, uma tortinha de maçã para ele - e, com a mãe de JT, conversam com o empresário Johnny Wright, que informa a Timberlake que "SexyBack" tinha sido tocada mais de 85 mil vezes em sua página do MySpace no dia da estréia. Harless e Diaz dão risada da garota usando uma camiseta em que se lia "I Had Justin Three Times" (algo como "Justin foi meu três vezes") e combinam de fazer duas outras camisetas para o próximo show, em Londres, com os dizeres: "I Had Justin First" (Justin foi meu primeiro) e "I Had Justin Last" (Justin foi meu por último).

Em novembro de 2005, Justin entrou no estúdio do produtor de hip-hop Timbaland em Virginia Beach, no estado da Virginia. Timbaland produziu quatro faixas de Justified (de 2002), a estréia solo de Timberlake, o disco que enterrou sua imagem de integrante bonitinho de boy band. O disco de estréia tinha força musical e teor sexual surpreendente, embalado pelo single que alavancou as vendas para 4 milhões de cópias, "Cry Me a River" - produzido por Timbaland - uma espécie de despedida para Britney Spears.

Timberlake já vinha buscando a fama desde os 11 anos, quando foi desclassificado no programa de talentos Star Search, em 1992. Aos 20, quando o álbum No Strings Attached, do 'NSync, vendeu 2,4 milhões de cópias na semana de lançamento, número que provavelmente vai ser recorde para sempre -, ele já tinha atingido seu objetivo e então decidiu fazer música com credibilidade. "Meu pai falava: 'Você devia aproveitar a vida. Daqui a pouco está com minha idade e vai querer fazer coisas que devia ter feito antes. E eu pensei: 'Caramba, você tem razão!'." A partir daí, o músico passou 24 meses deixando acontecer - aliás, seu compositor preferido é John Lennon; seu ídolo vocal é Donny Hathaway. "Quando tirei dois anos de folga, ficava perplexo: 'O mundo normal é assim? Pequenas coisas, como assistir a TV, jogar golfe, me impressionavam..."

Mas o trabalho veio bater a sua porta. Timberlake mostrou mais uma vez seus dotes artísticos ao apresentar o programa de comédia Saturday Night Live em outubro de 2003. Ele demonstrou talento para a atuação em imitações de Ashton Kutcher e Jessica Simpson e vestiu com maestria uma fantasia de omelete em uma cena memorável. A melhor parte foi a interação com Jimmy Fallon no quadro The Barry Gibb Talk Show [paródia de um programa de entrevistas, conduzido por uma imitação do integrante dos Bee Gees]. "O timing cômico dele é ótimo", elogia Fallon. "Ficamos impressionados. Estávamos prestes a entrar ao vivo e Justin me deu um toque: 'Não esquece a harmonia naquela parte. É sério! Não esqueça'. E eu nunca vou 'esquecer' disso - fiquei nervoso de não fazer direito, senti a maior pressão."

Depois do programa, Timberlake recebeu uma enxurrada de convites para atuar. "Comecei a fazer cinema porque queria fazer algo inspirador, mas íntimo, que não precisasse fazer na frente de 18 mil pessoas." Durante seu "descanso", ele participou de quatro filmes: Edison - Poder e Corrupção (de 2005), que só saiu em vídeo; e três títulos com lançamento marcado para 2007 - Black Snake Moan (de Craig Brewer), Southland Tales (de Richard Kelly) e Alpha Dog, em que atua ao lado de Bruce Willis e Lukas Haas no papel complexo de Frankie Ballenbacher, um integrante de gangue, assassino e maconheiro. "Justin tem um jeito fácil de se movimentar", comenta Nick Cassavetes, diretor de Alpha, "bem parecido com um jovem Travolta em Os Embalos de Sábado à Noite (de 1977). Esse garoto tem um foguete amarrado na bunda".

No final de 2005, timberlake resolveu voltar a gravar. "Queria me arriscar - experimentar." Ele também foi incentivado pela situação atual das rádios pop. "Simplesmente não achava nada muito bom." Assim que se preparou para voltar ao mundo da música, os figurões de sua gravadora (a Jive) já estavam sedentos por novas faixas. "Quando comecei a brincar com este álbum, o Barry Weiss [presidente da Jive Records] questionou: 'Quando vai ficar pronto?'. E respondi: 'Não sei. Pode ser que demore um ano'." O trabalho em FS/LS começou em dezembro de 2005. Timberlake avançou em ritmo bem tranqüilo: passava algumas semanas no estúdio, outras mais fora dele. Praticou um pouco a escrita com o amigo Matt Morris, que conheceu quando os dois participavam do programa The New Mickey Mouse Club, em 1993. E produziu uma faixa dos Black Eyed Peas com Will.i.am. (cantou o refrão de base do primeiro grande sucesso dos Peas, "Where Is the Love?".) Foi então que ele resolveu recorrer a Timbaland.

"Perguntei se podia fazer mais cinco ou seis músicas como 'Cry Me a River'", recorda. "Tim é o tipo de produtor que não recua frente a esse tipo de desafio." Em um dia frio de novembro de 2005, JT chegou a Virginia Beach sem letra, melodia nem plano. Timberlake, Timbaland e Nate Hills, o Danja, protegido do produtor, criaram um clássico chamado "What Goes Around". A canção começava com o teclado de Hills e as batidas diretas de Timbaland, que foram combinados a uma camada recorrente de cítara, cordas sublimes e versos que se empilham uns sobre os outros para desabarem no refrão. Timberlake nunca coloca as letras que cria no papel, então atacava os versos e refrãos na cabine dos vocais sempre que a inspiração batia. "Todo mundo sabe que ele tem talento, mas esse carinha escreveu o álbum inteiro sem encostar em uma caneta", relata Hills. "Que merda é essa?' Ouvi histórias de que Jay-Z ou Biggie faziam isso, mas nunca tinha ouvido falar de um cantor assim. Acho que é algum superpoder."

Com versos como "I was ready to give you my name/Thought it was me and you, baby/And now it's all just a shame" (Estava pronto para dar o meu nome a você/ Achei que éramos eu e você, querida/E agora tudo não passa de vergonha), "What Goes Around" parece uma seqüência de "Cry Me a River", a última pá de cal na cova de seu relacionamento com Britney. Mas Timberlake diz que, diferentemente de Justified, as letras de FutureSex/LoveSounds "não são autobiográficas de maneira nenhuma. 'What Goes Around' é sobre outra pessoa". Com isso, ele quer deixar claro que se baseou nas histórias de um amigo. "Mas estaria mentindo se dissesse que não vivi a experiência de, sabe como é, transmitir a mensagem", confessa.

O gênero musical que mais interessa a Justin hoje, o único lugar em que consegue enxergar composição verdadeira e evolução, é o rock'n'roll. "Todo o resto tem algum truque por trás", avalia. "Hoje em dia, o nome do artista é maior do que as canções. As pessoas querem ver fotos, vídeos, participações especiais, colaborações... É como se fosse uma festa extremamente cool em que você não pode entrar." [Pára e pensa por um segundo]. "Sei que meu nome está nessa lista, mas não é isso que me inspira. Há uma volta de bandas que só querem ser quem são. Adoro a porra dos Strokes. Gosto de The Killers, Arcade Fire, Radiohead. E é preciso bater palmas para o Coldplay."

FutureSex/LoveSounds se parece muito mais com o Prince de antigamente do que com The Killers ou Arcade Fire, mas, para "SexyBack", Timberlake queria um clima David Bowie. "Eu disse: 'Vamos pegar uma pitada de Bowie ou de David Byrne para ver no que dá'", relata. "Sem dúvida, FS/LS é para a pista de dança", completa, "mas também traz uma noção de rock." Ele também compara o processo de composição com Timbaland e Hills com a mentalidade de um trio de garagem - tem em essência um baterista (Timbaland), um para dar a base (Hills) e um cantor.

Ele já declarou mais de uma vez que sua intenção dessa vez era "capturar momentos" com um som vigoroso, cru, improvisado. "Não acho que esteja fazendo uma retomada da sensualidade", ressalta. "Mas quando uma pessoa de 28 anos está em uma casa noturna de Nova York às 2h30 da manhã e a porra da música começa a tocar, quero que ela sinta o som. Quando era criança e ouvia 'I Wanna Hold Your Hand', dos Beatles, ficava com vontade de achar alguém para segurar na mão. É mais ou menos por aí..." Por três semanas, mais faixas foram se acumulando em Virginia Beach - "Sexy Ladies", "My Love" (uma balada de rock-techno que demorou duas horas para ser imaginada e executada) e "SexyBack". "Será que estávamos criando o novo Thriller?", diz Hills. "Era uma loucura a maneira como as canções apareciam." Timbaland concorda que o álbum é arrasador e o chama de Thriller 2006.

No dia seguinte ao show em Paris, embarcamos em um jatinho particular para Amsterdã. A sala da cabine traseira está cheia com as mulheres que viajam com Timberlake: duas produtoras de visual e uma assistente. Elas cantam sucessos dos anos 80 e, de vez em quando, Timberlake lança um

olhar fingido de agonia. Antecipando a orgia que nos aguarda, o cantor diz que ficou chapado durante as sessões de Justified, mas que, de lá para cá, parou de fumar maconha e não deu nenhuma tragada durante as gravações de FutureSex/ LoveSounds.

Depois de Timberlake enlouquecer o público holandês, o astro posa para fotos com representantes da gravadora. Quando termina, vai para perto de um grupo de amigos que inclui seu coreógrafo, Marty Kudelka, mas fica de lado, discreto. Ele é o único ali que não segura uma cerveja e não parece estar em clima de comemoração. Durante cinco longos minutos, ele só observa à sua volta com um olhar gélido. De repente, faz uma piada e se integra novamente ao animado grupo.

Entramos em um jipão Range Rover preto e atravessamos um mar de fãs, cruzamos um canal iluminado pelo luar e passamos pelos paparazzi, que, de alguma maneira, estão sabendo qual é nosso destino, uma casa noturna no centro da cidade. Na fração de segundo em que Timberlake pisa no local, o DJ anuncia sua chegada. Somos conduzidos, às pressas, para uma área VIP no piso superior, regada a champanhe. Enquanto os outros vão entrando, Kudelka e eu pegamos baseados pré-enrolados. "Não acredito que esqueci o quanto isto é divertido", Timberlake diz antes de dar mais uma tragada em um béqui que mistura ervas exóticas - White Widow, AK-47 e Kali.

O DJ toca "Another Part of Me", uma faixa de Bad, de Michael Jackson, que fez parte da parceria entre a Disney e Jacko, a extinta extravagância em 3-D Captain EO (de 1986). Timberlake me conta que, quando trabalhava como ajudante do Mickey na Flórida, assistiu a Captain EO mais de 20 vezes. A adoração que JT tem por MJ está inabalada há anos - você se lembra da estréia dele nos palcos como artista solo no VMA da MTV em 2002, quando interpretou "Like I Love You" vestido de Rei do Pop? Até em FS/LS - como se não tivesse ouvido nossos risinhos abafados por causa da devoção que demonstra em relação a MJ -, Timberlake o cita pelo nome em "Chop Me Up". "Carrego meus heróis na manga", dispara.

Depois de um baseado novo e um exercício de dança bizarro e chapado entre Kudelka e Timberlake, estamos prontos para voltar ao hotel. Na suíte da cobertura de Timberlake, nos reunimos para embarcar em uma viagem de 15 centímetros até o fim de um baseado com aroma de mel. Mas, antes do "boa-noite", JT toca um mix bruto da última faixa do álbum, "(Another Song) All Over Again", uma homenagem a Donny Hathaway produzida por Rick Rubin. Trata-se de uma balada estonteante, simples e emotiva.

Essa seria a última vez que veria Timberlake na Europa. Quando nos encontramos algumas semanas depois no estúdio Encore, em Los Angeles, ainda estava me perguntando o que passava pela cabeça dele naquela noite em Amsterdã, depois do show - quando ficou com aquela expressão vacilante e ambígua. Mas ele responde antes que tenha oportunidade de perguntar. Estava cansado de sair com as garotas da equipe e ansioso para que a "noitada masculina" começasse. "Cara, todas aquelas mulheres malditas me deixam louco", diz. "Quando entramos no carro, fiquei tipo: 'Obrigado, senhor'."

No próprio estúdio, na frente de todo mundo, JT faz questão de me dizer, na frente de diversos técnicos, programadores e amigos, que largou a maconha de novo. Quando começa a trabalhar, corre de um lado para o outro no estúdio, combinando notas de órgão, bateria ao vivo, percussão em sintetizador e outras pitadas de sons variados. Seu processo de trabalho é claramente de improviso e claramente impressionante. Seu ex-colega de boy band, JC Chasez - para quem Timberlake também está produzindo algumas faixas atualmente - deu a ele o apelido de "garoto de ouro". "O moleque se superou", diz Chasez. "Ele é realmente um Jedi." Aliás, seus colaboradores se referem a Justin Timberlake como "Annie", de Anakin Skywalker.

Timberlake suportou os altos elevados e os baixos doloridos da indústria da música. "Já jogaram garrafas cheias de mijo em mim", relata. E agora o que você vai fazer do seu futuro? "Daqui a dez anos, não quero ficar pulando de um lado para o outro no palco. Faz 15 anos que trabalho com música - e isso é meio aterrorizante - tenho outros interesses." Entre esses outros projetos está a supervisão conjunta com o melhor amigo, Trace Ayala, da linha de roupas William Rast (o nome vem do primeiro nome do avô de JT e do sobrenome do avô de Ayala). Além disso, Timberlake está no processo de dar vida nova ao selo Stax - o primeiro contratado foi seu amigo Matt Morris.

JT diz que, com o sucesso e a felicidade na vida pessoal, ele ficou mais calmo. "Sou sempre legal de verdade com as pessoas, mas houve épocas em que fiquei tão absorto com meu isolamento que afastei todo mundo. Mas percebi que a maneira como ajo surte efeito sobre quem encontro." Ele também está ciente da dedicação que fazer um álbum exige. "É necessário dedicar mais do que dois anos da vida. Admiro os Stones, mas não acho que fui feito para uma carreira assim." Recentemente, Timberlake teve um papo com Jay-Z a esse respeito. "Eu disse a ele: 'Você não fez, tipo, 12 discos?'. Eu vou ter sorte se conseguir lançar seis."

Timberlake se imagina envelhecendo, dividindo seu tempo entre Los Angeles, o Tennessee e talvez uma casa na Itália ou na Espanha. "Ficar rodando por aí não seria de todo ruim, certo? Meu sonho é poder ter a agenda que tive nos últimos cinco anos - lançar um disco e fazer uma turnê, tirar uma folguinha, quem sabe aparecer em uns filmes. Não quero trabalhar tanto assim para sempre." Na época do lançamento de FutureSex/LoveSounds, ele diz que seus sonhos, com freqüência, se transformavam em pesadelo. Justin tinha muita coisa para resolver: assumiu o compromisso de devolver a sensualidade para todos e tinha uma imagem novinha em folha pronta para ser vendida ao mundo. Como a mãe dele me disse - no meio de uma apresentação ao vivo de "What Goes Around": "Já posso morrer feliz. Meu filhinho agora é um rockstar!".