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Alice Braga

Mais famosa brasileira em Hollywood, ela quer estar em vários lugares ao mesmo tempo

Por Pablo Miyazawa Publicado em 20/07/2010, às 03h36

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<b>SUPEROCUPADA</b> Alice divide seu tempo entre Nova York, São Paulo, o cinema e a TV - Fernando Torquatto/Divulgação
<b>SUPEROCUPADA</b> Alice divide seu tempo entre Nova York, São Paulo, o cinema e a TV - Fernando Torquatto/Divulgação

A paulistana Alice Braga hesita na hora de responder sobre onde mora. "Em lugar nenhum", diz, às gargalhadas. "Considero Nova York e São Paulo as minhas casas. Para Los Angeles e Rio, também vou sempre. Eu meio que moro em quatro lugares ao mesmo tempo." Colecionando papéis em Hollywood desde 2006, a atriz há anos já não precisa ser descrita como "a sobrinha de Sonia Braga". Seu próximo personagem é Isabelle em Predadores (previsto para 30 de julho), produzido por Robert Rodriguez. No filme, Alice se vê à mercê de alienígenas em uma espécie de reality show sangrento. "Foi divertido", ela diz, em conversa em um hotel à beira-mar em Santa Monica (Califórnia). "Correr de um predador no meio da selva, como isso pode não ser divertido?"

Leia perguntas e respostas que ficaram fora da edição impressa.

Em Predadores, você está sozinha em um filme basicamente masculino.

É verdade, já estive em tantos filmes em que sou a única! Eu Sou a Lenda, Cidade Baixa, Cidade de Deus, Repo Men, Predadores... Neste, são sete homens comigo. Em Cidade de Deus, eram uns 250 [risos]. É legal ter esse equilíbrio. Se você está cercada por homens, precisa ser forte. É bom que todos esses personagens sejam mulheres fortes.

Como você se preparou para as cenas mais físicas?

Me machuquei bastante, tenho arranhões e cicatrizes. Como a personagem fica o tempo todo correndo, eu treinava uns 8 quilômetros de corrida por dia. Eu não queria ficar muito musculosa, então tentei comer de maneira saudável e me comprometi com uma dieta. A arma que eu carregava era tão pesada, tinha uns 6 quilos, mas fiz questão de usar a de verdade. A falsa era muito leve e não passava a sensação de realismo. Eu ficava fazendo agachamento e me exercitando com a arma, porque era tão pesada que eu podia usá-la para fazer musculação.

O diretor (Nimród Antal) disse que você não reclamou nas cenas de ação.

Sim, total. Ele brincava: "Você nunca reclama! Pode repetir a cena?" [risos] Eu valorizo muito a oportunidade de fazer cinema e é por isso que não reclamo de nada. Para mim, foi como se eu estivesse na Disneylândia.

Como Hollywood enxerga sua presença?

De certa maneira, me sinto bem respeitada. Hollywood está mais aberta do que nunca para atores estrangeiros. Há tantos australianos, mexicanos, brasileiros, espanhóis... A indústria está tão receptiva, que sinto que me enxergam como uma atriz que poderia trazer um algo a mais para qualquer projeto. Não sinto preconceito. Em Repo Men, por exemplo: no roteiro, a personagem era loira e inglesa. Eu sou morena e latina, ou seja, o contrário. Mas meu teste foi tão legal que acho que gostaram justamente disso. O que espero é que me vejam só como uma atriz tentando dominar sua arte.

É positivo o fato de você não ter precisado fazer novelas para ganhar projeção?

Minha viagem foi diferente. Comecei a participar de filmes porque fazia comerciais, daí conheci o Fernando [Meirelles] e foi esse o meu caminho. Mas acho tão incrível o fato de o Brasil possuir uma cultura de novelas. E hoje elas são tão famosas pelo mundo, são vendidas para dezenas de países. Não considerar isso como qualidade é loucura. Porque são ótimos produtos. De certo modo, é por isso que amo meu país, e é por isso que continuo a trabalhar lá, e não consigo parar de ir para lá. Porque sou brasileira. É minha casa.

Os convites para novelas continuam a surgir?

Continuam, e fico feliz com isso. Quero enfrentar esse novo desafio. Ainda não aconteceu por conflitos de agenda, mas sigo querendo fazer algo. Uma míni ou microssérie é meu sonho.

Como o Superbonita (exibido no canal GNT), que você apresenta, se encaixa em sua carreira, já que é tão distante de sua profissão?

O programa surgiu de forma inesperada. É realmente distante do que faço no cinema, são mundos bem diferentes. Aceitei o convite por ser um novo desafio, por ser um programa que sempre foi apresentado por atrizes. E por ser uma oportunidade para estar, de certa forma, mais presente na TV brasileira.

Onde o assédio é maior?

Depende do local onde estou. Em São Paulo, se vou ao cinema ou a um restaurante, sou mais reconhecida. Mas andando na rua, pegando táxi, ônibus, quase nunca. Eu gosto disso. Me deixa livre para observar as pessoas, viver uma vida tranquila. Mas, quando falam comigo, não me incomoda de forma alguma. O reconhecimento é igual lá e aqui, mas em locais diferentes: no Brasil, acontece em lugares onde o público de cinema frequenta; nos Estados Unidos, é no metrô que isso sempre acontece.

De 2007 para cá, o que mudou em sua vida?

As portas se abriram mais. Mais oportunidades para reuniões com pessoas do meio cinematográfico surgiram, e assim; maiores possibilidades de seguir trabalhando. O que mais quero é trabalhar onde seja. E espero abrir portas em qualquer parte do mundo. Meu sonho é estar em vários lugares ao mesmo tempo [risos]. Na vida pessoal mudou um pouco, porque estou sempre viajando, com saudade das pessoas que amo. Sempre digo que a palavra de que mais gosto é saudade, porque ela é presença constante na minha vida.

Qual é o seu herói favorito?

Indiana Jones, com certeza! Era louca por ele [canta a música tema do personagem]. É o herói perfeito, as coisas loucas que ele enfrenta... Quando filmei Território Restrito, fiquei boba quando conheci o Harrison Ford: "Nem acredito, estou trabalhando com o Indiana Jones!"