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O Som do Agora

Para gravar o terceiro disco, o LCD Soundsystem precisou adotar métodos radicais de gravação e composição

Por Chris Norris Publicado em 20/07/2010, às 04h59

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<b>COMPLICANDO</b> Murphy criou novas regras - Ruvan Wijesooriya
<b>COMPLICANDO</b> Murphy criou novas regras - Ruvan Wijesooriya

Antes mesmo de clássicos contemporâneos como "Daft Punk Is Playing at My House" e "New York, I Love You But You're Bringing Me Down", James Murphy já estava na mira para o posto de grande poeta da dance music atual. O DJ e produtor emplacou seu primeiro hit com o cômico monólogo "Losing My Edge", capturando com perfeição os sons da vida urbana em toda a sua neurose inquietante e sensual.

Agora, o LCD Soundsystem está lançando seu terceiro álbum, This Is Happening, e Murphy conta que o disco exigiu medidas particularmente extremas. "Parecia que a indústria fonográfica estava morrendo, por isso pareceu certo fazer esse tipo estranho e cômico de rock otimista, algo do meio dos anos 70", diz Murphy, sentado no escritório de sua casa em Williamsburg, Brooklyn, Nova York, um lugar onde, segundo ele mesmo, "a mágica decididamente não acontece".

Para que a mágica surgisse em doses apropriadas, ele teve de: mudar a turma de figurinhas nova-iorquinas carimbadas que compõem a formação atual do LCD Soundsystem para o anonimato liberador de Los Angeles, do outro lado do país; alugar uma mansão velha e acabada, bastante maltratada pelo tempo; instituir um código de vestimenta que só permitia roupas brancas; e organizar uma jam session de três meses.

Dessa última saíram nove faixas dançantes, com letras que incluem o tipo de frase impressionista que qualquer jovem escritor mataria para ter criado. "Love is an astronaut" ["O amor é um astronauta"], canta Murphy em "Drunk Girls", umas das primeiras músicas a cair na internet, antes mesmo do lançamento do disco. "It comes back, but it's never the same" ["Ele volta, mas nunca é o mesmo"].

Na metade das gravações, Murphy percebeu que essa lei se aplica à música também. "Construí uma carreira ouvindo músicas muito legais", ele diz. "Aí no fi m do disco comecei a ouvir as músicas que eu ouvia quando criança. Que não são legais. Alguns dos vocais que faço" - como a imitação perfeita do vocal da banda de synth pop oitentista Heaven 17 - "eram meio: 'Isso é tão besta, mas eu adoro!'"