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Invasão de Estrelas

Paul McCartney, Coldplay, Lady Gaga e Jay-Z: todo mundo quer participar da série de TV Glee

Por David Browne Publicado em 17/11/2010, às 12h09

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<b>LUCRO FÁCIL</b> Britney Spears no set de Glee, durante gravação da segunda temporada - ADAM ROSE/FOX
<b>LUCRO FÁCIL</b> Britney Spears no set de Glee, durante gravação da segunda temporada - ADAM ROSE/FOX

No ano passado, quando os produtores de uma série (desconhecida na época) chamada Glee procuraram o Coldplay para conseguir licença para o elenco cantar "Viva la Vida", a banda recusou. Um ano depois, P.J. Bloom, o supervisor musical da série, recebeu uma ligação dos representantes do grupo. "O Coldplay ficou decepcionado por nos ter negado a música", diz Bloom. "Queriam nos informar que estavam absolutamente interessados em fazer parte da série no futuro." Foi um trajeto e tanto desde os primeiros dias de Glee, quando os produtores tinham dificuldade para convencer o Journey, Neil Diamond e Yoko Ono a permitir que usassem suas músicas. Agora, a série - que tem audiência monstruosa, dez milhões de faixas vendidas no iTunes e três álbuns que chegaram ao número 1 da parada norte-americana - apresenta com regularidade músicas dos maiores artistas do mundo. A estreia da segunda temporada, em setembro, nos Estados Unidos, teve sucessos de Jay-Z ("Empire State of Mind"), Poison ("Every Rose Has Its Thorn"), Travie McCoy ("Billionaire") e Lady Gaga ("Telephone").

Paul McCartney enviou a um dos criadores, Ryan Murphy, um CD com canções. Os representantes de Billy Joel entraram em contato com o programa para saber se queriam usar o material dele, assim como o empresário de Paul Simon. "Simon é com certeza muito seletivo e cuidadoso, e esse é um grande voto de confiança na série", diz Brian Lambert, executivo da Universal Music Publishing, que representa o músico. "Esse é o tipo de coisa que aconteceu - gente que nem sempre diz sim se sente confortável com a decisão." Em meados deste ano, o Kings of Leon recusou um pedido para que "Use Somebody" aparecesse em Glee. Mas a maior parte dos artistas fica feliz de ver suas canções em um episódio. "Eu fiquei superanimado", diz McCoy, que nem sabia como sua música seria usada quando deu a aprovação. "Percebi como se tornou importante na cultura pop." O processo geralmente começa com o enredo que é entregue por Murphy aos supervisores musicais, junto com uma lista de canções e o pedido de sugestões. O episódio em que a música de Jay-Z aparece inclui uma viagem a Nova York - "então, precisávamos de uma música de Nova York", Bloom diz a respeito de "Empire State of Mind". Já em relação a Lady Gaga, "Ryan é o maior fã. Desconfi o que vamos continuar atrás dela para fazer parte do programa."

De acordo com uma fonte que participou das negociações, Glee paga em média entre US$ 15 mil e US$ 30 mil por música. (Nomes mais importantes como Beatles e U2 embolsam cachês maiores.) Os artistas podem ganhar muito mais quando a faixa entra nos álbuns de trilha sonora, que, juntos, já venderam mais de 2 milhões de unidades.

É provável que o próximo álbum de Glee seja lançado no fim de outubro. O selo da franquia Glee e Adam Anders, que produz os álbuns com Murphy, apostam na rapidez: as canções têm que estar disponíveis no iTunes assim que um episódio vai ao ar. "Estávamos preocupados com a superexposição, mas uma das coisas que aprendemos é que, hoje, é preciso fazer com que as coisas estejam disponíveis", diz Rob Stringer, diretor do Columbia/Epic Label Group. "É preciso satisfazer a demanda. As pessoas têm fome de ouvir as faixas o mais rápido possível." Dois produtores, Anders, em Los Angeles, e Peer Astrom, na Suécia, trabalham com fervor para construir as bases - e depois o elenco grava os vocais com Anders. "A versão de Glee para 'Bohemian Rhapsody' foi feita em quatro dias", diz Anders. "Fico no máximo entre 30 minutos e uma hora com cada integrante do elenco. Geralmente, gasta-se um dia inteiro para fazer um vocal principal." No primeiro semestre, o EP Journey to Regionals ficou pronto às pressas, em pouco menos de um mês. "Se há um ano você tivesse me dito que venderíamos milhões, eu ficaria surpreso", diz Stringer. "Não dá para explicar. É como andar de montanha-russa - mas é ótimo."