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Reavaliação Necessária

Com o relançamento do álbum Pinkerton, líder do Weezer relembra tempos obscuros

Por Andy Greene Publicado em 13/01/2011, às 15h27

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A época da gravação de Pinkerton não foi das melhores para Cuomo (à frente) - SPIKE JONZE
A época da gravação de Pinkerton não foi das melhores para Cuomo (à frente) - SPIKE JONZE

Quando Rivers cuomo começou a compor as músicas que se transformariam no segundo álbum do Weezer, Pinkerton, no final de 1995, ele não precisou usar muita imaginação para criar letras a respeito de solidão dilacerante ou apaixonar-se por uma lésbica. "Por que alguém inventaria coisas assim?", diz. "Noventa e nove por cento das coisas de que eu falo em Pinkerton aconteceram." O álbum intensamente pessoal foi um fracasso - não rendeu nenhum hit. Ao longo dos anos, entretanto, Pinkerton se tornou um cult para uma nova geração, e, no mês passado, o Weezer relançou o álbum em edição de luxo (eles também vão tocar o LP na íntegra em uma turnê que já começou.) "Eu ainda gostaria de afirmar que Pinkerton é doente, e contaminado", Cuomo diz. "Mas essa é a coisa mais maravilhosa a respeito dele."

O segundo álbum da banda originalmente seria uma óperarock puxada por sintetizadores, chamada Songs from the Black Hole. Mas o Rentals, projeto paralelo do baixista do grupo na época, Matt Sharp, lançou seu trabalho de estreia. "Eu senti que os temas musicais e das letras eram muito parecidos", diz Cuomo. "Então eu joguei fora a ideia toda e fui para um lugar mais sério, mais escuro." Ao mesmo tempo, a vida de Cuomo tinha dado uma guinada radical: depois do enorme sucesso da estreia da banda em 1994, ele se matriculou em Harvard, aos 26 anos. "Eu estava necessitado de estímulo mental", conta.

A experiência na universidade não foi o que ele esperava, mas lhe forneceu material de sobra. "Eu era isolado na faculdade", conta. As interações de Cuomo com outros alunos e sua obsessão por Madame Butterfly, a ópera de Puccini (cujo protagonista se chama Pinkerton), se tornaram as principais inspirações. "A ópera era um paralelo do que estava acontecendo comigo", ele diz. "Talvez eu tenha sido Puccini em outra vida." O grupo preparou o álbum durante as folgas nas aulas. "Eles fizeram uma tonelada de gravações", lembra o engenheiro de som Dave Fridmann. "Posso dizer com certeza que houve momentos difíceis e de tensão." Cuomo agora tem uma apreciação renovada pelo álbum. "Eu o vejo como um disco de classic rock", diz. "A minha principal reação ao escutá-lo é que soa fantástico, caramba."