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P&R - Seth Rogen

O comediante explica as desventuras de seu filme mais recente, Besouro Verde

Por Paulo Terron Publicado em 11/05/2011, às 16h16

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<b>ESTILO LIVRE</b> Rogen diz não ter planos de sair da comédia e se tornar um ator dramático - JOHN RUSSO/DIVULGAÇÃO
<b>ESTILO LIVRE</b> Rogen diz não ter planos de sair da comédia e se tornar um ator dramático - JOHN RUSSO/DIVULGAÇÃO

Para quem vê de fora, a história do filme Besouro Verde (que estreia dia 18 de fevereiro, por aqui) pode parecer infernal: o diretor Stephen Chow, que também atuaria, abandonou o barco alegando diferenças criativas; Nicolas Cage, que interpretaria o vilão, propôs tantas ideias malucas que foi dispensado. Seth Rogen, que além de interpretar o superherói do título ainda escreveu o roteiro com o colaborador Evan Goldberg, manteve a calma. Conseguiu o excêntrico Michel Gondry (Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças) para a direção e - quem diria! - o filme estreou em primeiro lugar nos Estados Unidos.

O risonho Rogen explicou essa saga por telefone, direto do Japão, onde promovia Besouro, e ainda falou sobre perder peso, atuar em filmes dramáticos, a aceitação de piadas agressivas e o ódio gratuito dos internautas.

Clique aqui para a ler mais da entrevista com Seth Rogen, com exclusividade neste site.

Perto dos outros heróis que vêm por aí, o Besouro parece ser uma versão indie rock dessa onda. O que te atraiu nele?

Acho que foi o fato de muita gente não saber quem ele era, isso foi bem atraente. Como roteirista, adaptar uma história em quadrinhos para o cinema seria chato e não teria graça alguma [risos]. O Besouro Verde tinha características ótimas mas, como era meio desconhecido, pudemos colocar nossa própria sensibilidade nele.

Você deve estar feliz com o sucesso do filme nos Estados Unidos...

Sim, muito! [risos]

... mas vocês tiveram vários problemas na pré-produção. Em algum momento você pensou em desistir?

Sim, em alguns momentos pareceu que seria impossível fazer com que o filme fosse feito de uma forma que nos deixasse felizes. Mas focamos na ideia central, que era simples e engraçada. Cada vez que pensávamos nela, a simplicidade nos fazia seguir em frente.

E você não pensou em assumir a direção?

Não, antes deste filme eu não tinha conhecimento suficiente para dirigir algo tão grande! [risos] Eu e o Evan conversamos sobre fazer isso no futuro. Na verdade, não somos justos com os diretores: quando escrevemos um roteiro, tentamos controlá-los demais! [risos]

Os problemas na produção são o tema central de praticamente tudo que se escreveu sobre Besouro Verde. Vocês já fizeram uma reunião para dizer: "Ok, ninguém mais fala sobre isso"?

[Risos] Sabe qual é a verdade? Não foi tão difícil assim fazer o filme - ou pelo menos não tivemos mais dificuldade do que em qualquer um dos que vieram antes dele. A diferença é que este foi mais analisado, como se estivesse sendo visto com um microscópio, o que sempre consideramos algo positivo. Se as pessoas estavam falando sobre ele, é melhor do que ninguém dar a mínima. Os problemas de produção foram iguais aos anteriores... Mas, no final, tudo deu certo. E como fã de cinema, eu também me interessaria por essas histórias. Nunca me senti ofendido ou difamado.

Outro dia você mencionou que não aguentava mais ouvir as pessoas falando sobre a sua perda de peso. A primeira menção disso foi feita por você mesmo, anunciando que emagreceria para fazer o herói em Besouro. Você acha que se simplesmente tivesse feito dieta, sem falar sobre o assunto, isso viraria notícia?

Boa pergunta! Eu nunca nem pensei nisso... Talvez. Na próxima vez vou só deixar rolar, sem anunciar [risos]. Eu falo demais, esse é o problema.

Besouro tem um francês dirigindo atores norte-americanos, um taiwanês e um austríaco. As coisas nunca saíam de controle?

E nós somos canadenses! Às vezes era bem maluco, cheio de barreiras culturais, mas também ajudou a dar uma característica própria ao filme. Dá para sentir que é um trabalho internacional de verdade.

Seu personagem em Besouro Verde é o mais antipático que você já interpretou. E em Take This Waltz, que deve sair este ano, seu papel é mais dramático. É uma mudança natural ou é algo que você está buscando?

Eu não tenho plano algum, de verdade [risos]. Não sou bom nisso. Se um filme me parece interessante ou se gosto das pessoas que estão trabalhando nele, me jogo na oportunidade. No caso de Waltz, não é que eu estivesse em casa pensando: "Nossa, como sonho em fazer um filme sério!" A [diretora] Sarah Polley me chamou e eu aceitei. Nada além disso.

Seu colega Jonah Hill diz que, quanto mais famoso ele fica, mais as pessoas o odeiam sem motivo. Você sente isso?

Não, acho que não. A internet amplifica a voz de algumas pessoas, mas não levo aquilo a sério. São só uns nerds falastrões. Em geral, não sinto isso. Já faz dias que não jogam coisas em mim na rua [risos].

Ricky Gervais polemizou com piadas agressivas aos colegas artistas no Globo de Ouro. A comédia deve ter limites?

Ahn... Eu acho que... Tudo deve ter limites, mas também acho que as pessoas precisam relaxar mais. Te digo isso: quando você chega a um certo nível de riqueza, você precisa aprender a aceitar uma piada sobre você. Você não tem direito de se ofender [risos].