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Torre de Babel

Guillemots junta músicos de quatro países e ruma para o sucesso

Márcio Cruz Publicado em 01/03/2007, às 00h00 - Atualizado em 31/08/2007, às 19h05

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Magrão (segundo da esq. para a dir.) e o Guillemots: falando a língua do mundo - Divulgação/Universal
Magrão (segundo da esq. para a dir.) e o Guillemots: falando a língua do mundo - Divulgação/Universal

Formado pelo inglês Fyfe Dangerfield (voz, teclado e piano), pela canadense Aristazabal Hawkes (contrabaixo e teclado), pelo escocês Rican Caol (percussão) e pelo brasileiro MC Lord Magrão (guitarra e teclado), o Guillemots conquistou corações e ouvidos do público inglês com canções de amor confortantes, temas orquestrados, sonoridades celtas e espaços preenchidos por uma barulheira tipicamente paulistana. "Estou sempre mostrando sons diferentes para eles. Já mostrei Tom Zé, Hermeto Paschoal, o Cabeça Dinossauro [dos Titãs] e os Mutantes", se orgulha Magrão, responsável pelos sons mais estranhos que permeiam canções como "Sao Paulo", do disco Through the Window Pane, que chega este mês ao Brasil.

Em 2003, Magrão respondeu ao anúncio que Fyfe havia colocado numa revista em busca de um "músico criativo". "Respondi dizendo que tocava máquina de escrever e caixinha de fósforos. Mas não achei que fosse rolar." Depois de uma conversa num bar, eles marcaram um segundo encontro, quando improvisaram por duas horas sem conversar. Em 2005, o Guillemots já abria a turnê de Rufus Wainwright pelo Reino Unido. "Ele nos deu vários toques. Uma coisa era tocar em shows para 200 pessoas, outra é tocar para 2.500. Aprendemos muito."

Enquanto Fyfe é quem traz as músicas mais melosas, ficam a cargo de Magrão e Aristazabal os temas mais pesados. Uma exceção é "Train to Brazil", cujo título é uma homenagem ao brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado pela polícia londrina em 2005. "Fyfe compôs a música quando aconteceu o atentado de 11 de setembro. Depois, uma semana antes de entrarmos no estúdio, Jean foi morto. É uma 'life song', de vivência mesmo."

Through the Window Pane foi produzido por Chris Shank Shaw, que teve um importante papel ao ajudar o grupo no primeiro disco, mas apenas compreendeu o som de vez ao assistir a uma apresentação ao vivo do Guillemots. Com elementos teatrais, os shows renderam a indicação ao prêmio de Melhor Performance ao Vivo no influente Brit Awards, ao lado de gigantes do mundo pop como Robbie Williams e George Michael. Em setembro deste ano, o Guillemots deve desembarcar no Brasil para sua primeira apresentação em terras nacionais, que poderá contar com músicas em português na voz do próprio brasileiro. "Ninguém na banda é capaz de falar português como eu", brinca Magrão, com o típico humor inglês.