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George Harrison Chega às Telas em Documentário

Em filme, Martin Scorsese joga uma luz sobre a vida do mais enigmático dos Beatles

Brian Hiatt Publicado em 09/09/2011, às 13h25 - Atualizado em 07/11/2011, às 13h30

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<b>RARIDADES</b> Scorsese encontrou imagens raras de Harrison  - BILL ZYGMANT/REX FEATURES
<b>RARIDADES</b> Scorsese encontrou imagens raras de Harrison - BILL ZYGMANT/REX FEATURES

Enquanto Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison vasculhavam seus arquivos em busca de material para o documentário Beatles Anthology, no meio dos anos 90, Harrison fez uma promessa à esposa dele, Olivia: “Um dia vou fazer minha própria antologia”. O ex-beatle, falecido em 2001, nunca teve essa chance, mas a esposa certificou-se de que seu desejo se tornasse realidade. Em outubro, a HBO norte-americana estreará o documentário em duas partes George Harrison: Living in the Material World, dirigido por Martin Scorsese – e Olivia compilou um luxuoso livro cheio de fotos inéditas e anotações de diários. “Estou bem espantada com o que Marty fez”, diz ela. “É uma história que captura verdadeiramente a essência de George.”

O centro do filme é a busca espiritual de Harrison, a procura por um sentido na vida, que começou com a revelação ocorrida na era da beatlemania, de que sucesso não vinha acompanhado necessariamente de satisfação. “Ele estava tentando encontrar um caminho para a simplicidade, um modo de viver verdadeiramente e com compaixão”, diz Scorsese. “O percurso nunca foi fácil, mas não é esse o ponto. Acho que ele encontrou uma compreensão: que essa coisa de ‘sucesso’ não existe – há apenas a trilha.”

O documentário tem novas entrevistas com Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono, George Martin, Tom Petty, Eric Clapton (que recorda quando viu Harrison compor “Here Comes the Sun”) e muito mais. Mas Scorsese e sua equipe se apoiaram bastante nos arquivos mantidos pelo próprio Harrison: imagens dos Beatles em férias; uma gravação de sua primeira aula de cítara com Ravi Shankar; filmagens caseiras de Harrison brincando em seu estúdio de gravação com o filho Dhani. “Montamos um pequeno escritório de produção em casa”, diz Olivia.

Das noites em claro de Hamburgo às desavenças de Let It Be, a história dos Beatles já foi contada inúmeras vezes, por isso Scorsese teve problemas em sua procura por imagens raras ou inéditas para a primeira parte do filme. “Ele abordou a história dos Beatles da perspectiva de George, o que torna o filme uma experiência mais interna, por meio de uma visão em primeira pessoa”, diz o produtor Nigel Sinclair. O documentário também não se furta de mostrar o lado mais negro de Harrison. “Ele nunca se disse um santo, mas sempre se declarou um pecador”, diz Olivia. “Ele queria viver tudo na vida. E foi isso o que fez.”

A parte pós-Beatles é a que traz mais surpresas, da intimista filmagem dos Traveling Wilburys improvisando ao doloroso relato de Olivia sobre a invasão de sua casa em 1990, por um fã violento e desajustado. O trecho também dedica igual peso às investidas de Harrison fora da música: seu trabalho como produtor de cinema; seu fanatismo por corridas. “George pensou muito sobre como viver sua vida depois dos Beatles”, diz Sinclair. “E o que aprendi com este filme é que ele descobriu um jeio.”