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A Guitarra Não Faz Falta

Keane estréia seu piano rock no Brasil

José Julio do Espirito Santo Publicado em 02/08/2007, às 13h15 - Atualizado em 31/08/2007, às 18h36

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(Da esq. para a dir.) Rice-Oxley, Hughes e Chaplin: um guitarrista não caberia na foto - Joe Mcgorty / Media / Divulgação
(Da esq. para a dir.) Rice-Oxley, Hughes e Chaplin: um guitarrista não caberia na foto - Joe Mcgorty / Media / Divulgação

The beatles contra os Rolling Stones. Pink Floyd contra Led Zeppelin. Blur contra Oasis. Assim como clássicos futebolísticos, competições entre bandas (muitas vezes criadas à força pela imprensa musical) sempre renderam páginas de histórias de veracidade contraditória.

Keane, o trio inglês que muitos insistem em chamar de "novo Coldplay", surgiu três anos antes do próprio, em 1995, mas suou muito mais para ter o devido reconhecimento. "Foi uma época de muita ansiedade," diz Tim Rice-Oxley, tecladista e compositor da maioria das músicas da banda. "Cada vez mais, passamos a nos preocupar com a vida fora da música. Todo esse tempo serviu para desenvolvermos nosso som e aprendermos a lidar com o 'music business' de uma forma mais madura."

O Keane lançou seu primeiro álbum, Hopes and Fears, em 2004. De sopetão, faturaram a primeira posição nas paradas do Reino Unido. Ao mesmo tempo, o sucesso aumentou a pressão para o segundo disco, Under the Iron Sea (2006). "O sucesso influenciou na composição", o tecladista afirma. Under reflete o estremecimento da longa amizade entre ele, o vocalista Tom Chaplin e o baterista Richard Hughes depois de tanto tempo na estrada. "Este disco não teria ficado assim se não tivéssemos saído mundo afora em turnês e se não tivéssemos esse sucesso abrupto."

Comparações com o quarteto do amigo Chris Martin são inevitáveis. Chaplin tem um jeito parecido de cantar quase em falsete, as duas bandas comungam na cartilha do piano rock, são ativistas políticas e corre a lenda de que Rice-Oxley teria criado e descartado o nome Coldplay para sua banda. Se fosse uma disputa, o Keane ganharia em pelo menos um quesito: economia. A banda eliminou a guitarra. "Quando começamos, havia um guitarrista [Dominic Scott, que saiu em 2001]. Conseguimos passar bem sem ele. No final, nos acostumamos. Os sons de guitarra vêm de pedais de distorção nos teclados," explica. "Mas nada impede que no futuro tenhamos um guitarrista."

Em Newcastle, enquanto grava esboços para o próximo disco, Rice-Oxley planeja as três apresentações que fará no Brasil, em São Paulo (17 e 18 de abril) e no Rio (20). "Conheço pouco sobre o país. Mais sobre a floresta e seu desmatamento. Gosto de ler a National Geographic. De resto, futebol e Carnaval. Não sei o que esperar e confesso que fico meio ansioso com isso."