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Engenharia Musical Reversa

Nona edição marca amadurecimento do Bananada

Márcio Cruz Publicado em 30/07/2007, às 13h48 - Atualizado em 21/08/2007, às 10h45

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João Vitor do grupo cearense 2Fuzz - Mariana Tramontina/Divulgação
João Vitor do grupo cearense 2Fuzz - Mariana Tramontina/Divulgação

"Goiânia, a capital do Agronegócio", diz a placa de boas-vindas do Aeroporto de Goiânia. Durante três dias, de 18 a 20 de maio, porém, foi a fama de "Seattle brasileira" ou "capital nacional do rock" a única que fez sentido aos quase 3 mil corações roqueiros presentes na nona edição do Bananada. Realizado desde 2005 no espaço Martim Cererê, o evento é formado por bandas locais (das 46 atrações, 21 eram de Goiás) e contou este ano com a participação de estrangeiros como Daddy O' Grande (Estados Unidos) e Born A Lion (Portugal).

"A idéia é trazer bandas interessantes para que a molecada veja. Sejam bandas novas ou com mais estrada, o que vale é o intercâmbio", avalia Leo Razuk, um dos sócios da Monstro Discos, a produtora do festival. "Foi a presença constante de bandas que profissionalizou a cena. Um moleque que monta um grupo já tem acesso a muitas coisas que há dez anos ele não tinha."

Bem equipado, o prédio (que abrigava uma caixa d'água) adaptado pela Secretaria Estadual da Cultura de Goiânia não fica devendo em qualidade sonora. "Já fiz shows em todo o Brasil: o Martim Cererê tem a melhor acústica para shows pequenos do país", garante Fabrício Nobre, um dos produtores do Bananada e vocalista do MQN.

Mais do que inspiração, é a união de verve roqueira com profissionalização que está por trás da bem-sucedida experiência goiana. Nas horas que antecederam os shows, músicos, produtores e representantes do governo federal discutiam temas como distribuição digital, economia solidária, software livre e a profissionalização do setor. "Não somos nem o pai nem a mãe dos projetos", diz Valéria Barros, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), uma das palestrantes do festival. "Quanto mais se fortalecem parceiros que trabalham com permuta, experiência e colaboração intelectual, melhor." Na luta do Bananada para se estabelecer entre os mais importantes festivais independentes do país, profissionalismo e o espírito "faça você mesmo" são algumas das atrações principais.