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Com atmosfera perturbadora, Cruel Summer aposta em obsessão adolescente para construir história de suspense [REVIEW]

Apesar de reviver elementos de uma série adolescente, Cruel Summer supera expectativas e evita clichês para dar espaço a uma narrativa complexa e intensa

Isabela Guiduci Publicado em 07/08/2021, às 10h00

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Cruel Summer (Foto: Divulgação/Reprodução)
Cruel Summer (Foto: Divulgação/Reprodução)

Até onde você iria para ser popular? Esta frase pode definir Cruel Summer, série teen que aborda a obsessão adolescente pela popularidade e aceitação. A partir disso, a produção Amazon Prime Video constrói uma história perturbadora, sustentada por uma atmosfera igualmente sinistra, repleta de mistério e suspense. 

Embora seja caracterizada como um drama adolescente, Cruel Summer supera as expectativas de forma grandiosa conforme desdobra a complexa narrativa. Ao desenvolver a história, evita os clichês, dá espaço para conflitos interessantes e apoia a ficção em detalhes vívidos do cotidiano.

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Inicialmente, as histórias podem soar confusas, especialmente porque são apresentadas três linhas temporais diferentes - ambientadas em 1993, 1994 e 1995 - e os eventos não são cronológicos, podendo se cruzar sem aviso prévio. Portanto, cabe ao público desvendar os mistérios segundo o desenvolvimento gradual das narrativas. 

A série é totalmente inteligente na construção das ambientações de cada uma das linhas temporais, caracterizando cada espaço-tempo de maneira singular. Com isso, as divergências de tom e linguagem nos respectivos anos são acentuadas - essa estruturação é um destaque espetacular, que reflete a complexidade da produção. 

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Em todas as cenas ao longo dos três episódios disponibilizados à Rolling Stone Brasil, é notável como o cabelo e o figurino dos personagens, principalmente das protagonistas, a iluminação, os detalhes físicos e até mesmo o embalo da trilha sonora sempre deixam nítido em que ano está a história, mesmo em meio às intersecções das narrativas.

Cruel Summerparte do aniversário de 15 anos da adolescente Jeanette Turner (Chiara Aurelia), quem parece ser mais uma jovem comum não-popular na pequena Skylin, uma tranquila cidade do Texas. Em três anos, Turner enfrenta uma montanha-russa: após o desaparecimento de Kate Wallis (Olivia Holt), ela decide viver a vida popular de Kate na tentativa de substituí-la, e posteriormente, vê-se envolvida no caso do sequestro.  

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"Sinto falta dos dias em que ninguém me queria morta," uma das primeiras frases ditas por Turner mostra o tom proposto pela série - suspense, mistério e a questão principal: quem é a vítima? Ao brincar com as linhas temporais, as atrizes protagonistas Aurelia e Holt oferecem versões distintas das respectivas personagens e potencializam a atmosfera perturbadora. 

Logo de cara, a produção apresenta as realidades opostas das protagonistas. Kate Wallis é uma jovem popular, amada e querida por todos os outros adolescentes da pequena cidade. Aparentemente, ela tem o namorado ideal, mas é controlada pelos pais, casal que parece fingir uma vida perfeita. 

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Em outro espectro e ansiando pela popularidade e reconhecimento, está a quase invisível Jeanette Turner, uma adolescente não muito conhecida pelos moradores de Skylin. No entanto, Turner tem o apoio de uma família sincera e unida, além da companhia dos inseparáveis amigos. 

Nos três episódios de abertura, o foco narrativo é o passado das personagens, as vidas familiares e amizades. Há também uma introdução acerca de como a realidade de ambas se entrelaçam. Embora seja pouco em relação aos dez capítulos que compõem a primeira temporada, é visível o desempenho impressionante de Aurelia e Holt - as duas mudam os comportamentos, características e peculiaridades de cena para cena. 

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Ao longo dos momentos iniciais, originalmente intensos, segue-se uma crise repleta de voltas e reviravoltas, mentiras e presunções, acentuada com a chegada de novos rostos à história e com o aprofundamento dos personagens já existentes. Os arcos narrativos devem ganhar uma expansão ainda mais complexa e perturbadora até o final da temporada.

Cada capítulo é narrado a partir de diferentes pontos de vistas. Por isso, o mistério é frequentemente presente, às vezes até excessivo, e o espectador precisa buscar os detalhes em cada uma das histórias para formular a própria tese. As conclusões certamente devem mudar ao final da temporada devido às constantes reviravoltas. 

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Com uma construção narrativa e audiovisual impressionante, Cruel Summer vai além dos clichês do universo teen e traz uma proposta ousada para a ambição adolescente. Os mistérios dialogam com as cenas de suspenses e competentemente conseguem envolver o espectador em todo o conflito. 

Embora exageradamente dramática em diversas cenas, Cruel Summer surge como uma boa representante do universo teen. A produção prova a potência do gênero em ir mais adiante dos estereótipos e clichês dos dramas adolescentes para dar espaço a personagens intensos, complexos e muito bem-construídos.

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Além das exuberantes construções visuais combinadas aos brilhantes desempenhos do elenco, a trilha sonora é um elemento que chama muita atenção. Somadas aos instrumentais de suspense, canções clássicas embalam as cenas e quebram o ritmo denso da narrativa, para posteriormente potencializá-lo.

No desenrolar inicial da série, alguns momentos podem ser truncados por não serem facilmente, e propositalmente, decifráveis. O drama excessivo também auxilia para essa sensação. No entanto, as questões são superadas com o desenvolvimento gradualmente acelerado. 

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Vale lembrar que a Rolling Stone Brasil só teve acesso aos três primeiros episódios, portanto, alguns furos podem ser solucionados até o final da história. Se a produção continuar com a competência narrativa e audiovisual nos capítulos em sequência, a série cumpre um incrível papel de subverter clichês para reimaginá-los e inová-los. 

Além de Olivia Holt e Chiara Aurelia como Kate Wallis e Jeanette Turner respectivamente, Michael Landes, Froy Gutierrez, Harley Quinn Smith, Allius Barnes, Blake Lee, Brooklyn Sudano e Sarah Drew integram o elenco. 

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Dirigida por Bill Purple, Daniel Willis e Max Winkler, e com produção executiva de Jessica Biel, Tia Napolitano e Michelle Purple, Cruel Summer chegou ao Brasil com o Amazon Prime Videonesta sexta, 6 de agosto. Todos os episódios da primeira temporada já estão disponíveis no catálogo do serviço de streaming. 

A segunda temporada de Cruel Summer já foi confirmada para 2022. Confira:


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