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Morre bell hooks, uma das maiores escritoras do feminismo negro, aos 69 anos

Escritora, ativista e professora, bell hooks ganhou notoriedade por diversas obras que discorrem sobre feminismo, política, racismo, gênero e mais

Redação Publicado em 15/12/2021, às 15h29 - Atualizado às 15h35

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bell hooks (Foto: Liza Matthews / Bell Hooks Institute/Divulgação)
bell hooks (Foto: Liza Matthews / Bell Hooks Institute/Divulgação)

Escritora, teórica, ativista e professora mundialmente aclamada, bell hooks morreu nesta quarta, 15 de dezembro, aos 69 anos. A notícia foi confirmada, em comunicado à imprensa, por familiares da autora norte-americana, conhecida por publicar mais de 40 obras que discorrem sobre feminismo, política, racismo, gênero, espiritualidade, educação e mais.

Ebony Motley, sobrinha de bell hooks, usou o Twitter para confirmar a notícia: “A família de bell hooks está triste em anunciar o falecimento de nossa irmã, tia, tia-avó e tia-avó. A autora, professora, crítica e feminista fez sua transição cedo, em casa, rodeada de familiares e amigos.”

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“A família está honrada com os inúmeros prêmios, honras e fama internacional que Gloria recebeu por seu trabalho como poeta, autora, feminista, professora, crítica cultural e ativista social. Temos orgulho em chamá-la irmã, amiga, confidente e influenciadora,” continuou o comunicado.

O nome bell hooks (escrito em minúsculas), é pseudônimo de Gloria Jean Watkins, considerada uma das maiores escritoras sobre feminismo da atualidade. Com dezenas de obras publicadas e diversos artigos acadêmicos, a autora discorreu, principalmente, sobre interseccionalidade de raça, capitalismo e gênero — sendo aclamada como uma das maiores pensadoras do feminismo negro.

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Quem foi bell hooks?

Nascida em 25 de setembro de 1952, em Hopkinsville, Gloria Jean Watkin frequentou escolas para alunos negros nos Estados Unidos. Conforme noticiou o site O Globo, a autora conseguiu uma bolsa de estudo para se formar em licenciatura em Letras na Universidade de Stanford em 1973.

Aos 19 anos, começou a escrever uma das mais emblemáticas obras da carreira, intitulada E eu não sou uma mulher?. Considerado um clássico das teorias feministas, o livro foi publicado 10 anos depois de escrito, e discute o racismo e sexismo presentes no feminismo e no movimento pelos direitos civis, os estereótipos, a desvalorização das mulheres negras, o imperialismo do patriarcado e mais.

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Ainda, bell hooks fez mestrado em inglês na Universidade de Wisconsin e doutorado em literatura, na Universidade da Califórnia. O primeiro livro de poemas And there we wept, foi publicado em 1978 para iniciar uma longa trajetória de obras essenciais para pensar o feminismo, gênero, raça e classe social.

bell hooks produziu 40 obras publicadas em 15 idiomas. No Brasil, alguns dos livros de maior sucesso são O feminismo é para todo mundo, Olhares negros: raça e representação e Teoria feminista: Da margem ao centro.