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The Next Day

David Bowie

Paulo Cavalcanti Publicado em 13/03/2013, às 14h47 - Atualizado às 14h49

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Renovado, artista evoca passado glorioso, mas não soa nem um pouco retrô

Em seu imposto autoexílio de dez anos, David Bowie deve ter contemplado inúmeras possibilidades. Voltar à sonoridade da trilogia Berlim parecia ser uma alternativa lógica e foi o que ele fez, mas com um detalhe. Bowie e o produtor Tony Visconti reciclaram a ambientação de Lodger (1979), talvez o menos compreendido álbum de seus tempos de glória da segunda metade da década de 70. The Next Day é calcado na eletrônica vintage, com um zumbido arrastado e guitarras austeras dando tom às melodias. Apesar de sólido, o álbum não faz concessões a qualquer modismo rítmico; por isso, talvez seu maior pecado, em tempos como hoje, é que não sirva para dançar. Quem achou que “Where Are we Now?”, o primeiro single, era ligeiramente melancólico, então não poderia prever a balada suicida “You Feel So Lonely You Could Die”. Mas isto é pista falsa. Sim, Bowie faz referência à mortalidade, mas este não é um disco pé na cova. “Ei, não estou morto ainda”, ele brada na canção-título. As faixas-chave para entender The Next Day são “Dancing Out In Space” e “The Stars (Are Out Tonight)”. Com um tom mais épico, elas sugerem que as coisas mais legais estão fora do alcance terreno. Uma coisa é certa: o fantasma de Major Tom, Ziggy Stardust e do Starman ainda cercam Bowie.

Fonte: Sony