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Céu

Redação Publicado em 03/09/2009, às 10h42 - Atualizado às 10h42

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Céu, álbum Vagarosa
Céu, álbum Vagarosa

Céu

Vagarosa

Urban Jungle / Universal

Um disco moderno e orgânico, para ser apreciado com muita calma

Mesmo que as músicas do segundo disco solo de Céu não fossem boas, a ousadia da cantora já garantiria respeito ao trabalho. Afinal, quantas novas cantoras ousariam fazer um álbum tão complexo quanto Vagarosa? As letras tratam basicamente de temas universais - amor, sentido da vida -, mas são sustentadas por arranjos vocais elaborados e bases instrumentais complexas, cheias de camadas e que destacam os teclados clássicos. Tudo feito para ser ouvido sem pressa, de preferência com fones de ouvido, descobrindo mais detalhes a cada audição. Músicas como “Cangote” e “Bubuia” têm um sabor moderníssimo – talvez exatamente por não tentarem soar assim, sem forçar a barra. Tudo soa orgânico, como um respiro de humanidade em um mundo dominado pelo artificial eletrônico. E essa característica garante uma identidade muito mais universal para a música de Céu. A faixa “Nascente”, por exemplo, é inegavelmente brasileira – mas não se faria estranha dentro de um disco do Portishead. Em Vagarosa fica claro que o talento de Céu não está só na bela voz e na composição competente, mas também em saber escolher os companheiros de trabalho: fora os produtores Beto Villares, Gustavo Lenza e Gui Amabis, ela ainda se juntou a músicos da velha guarda (Gigante Brazil, Luiz Melodia), da nova (Marcelo Jeneci, Curumin, Fernando Catatau) e do meio do caminho entre essas duas (BNegão e quase todo o Nação Zumbi). Com esse exército tão variado, Céu consegue uma unidade impressionante.

POR PAULO TERRON