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Alicia Keys

Redação Publicado em 04/02/2010, às 12h31 - Atualizado às 12h31

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Alicia Keys - The Element of Freedom - Divulgação
Alicia Keys - The Element of Freedom - Divulgação

Alicia Keys

The Element of Freedom

Sony

Em seus novos discos, Blige encanta e Keys decepciona

Duas grandes estrelas do R&B atual lançam álbuns quase simultaneamente, com resultados bem distintos. Desde 1992, Mary J. Blige tem construído uma discografia exemplar, que garante a ela lugar no panteão dos imortais do R&B. Stronger with Each Tear é o novo capítulo da novela em que a protagonista costuma expor seus sentimentos de forma corajosa e apaixonada. Não é o melhor álbum de Mary J. Blige por causa de algumas concessões ao som pegajoso do pop de hoje. “The One”, segunda faixa do disco, usa e abusa do Auto-Tune, “enfeite” vocal irritante que torna datadas as gravações no instante em que são lançadas. Apesar do eventual lapso de gosto e de originalidade, Stronger with Each Tear recompensa fartamente o ouvinte: “I Am” e “In the Morning” são duas lindas baladas com sabor de soul setentista e “Each Tear” tem jeitão de hit. A arrepiante “I Can See in Color” prova que é possível fazer deep soul no século 21 e que Mary J. Blige não recebeu o título de “Rainha do Hip-Hop Soul” à toa. Por sua vez, The Element of Freedom, o quarto álbum de estúdio de Alicia Keys, oferece uma série de canções lentas e introspectivas que, ouvidas em sequência, podem desviar a atenção do ouvinte e se tornar música de acompanhamento de jantares e coquetéis. Há muitas canções derivadas de “No One”, sucesso do disco anterior, mas também há a beleza envolvente de “Unthinkable (I’m Ready)”. O dueto com Beyoncé em “Put It in a Love Song” não acrescenta muito à obra de Alicia Keys e à vida do ouvinte. Se ela pretendia declarar sua liberdade com este álbum, não foi totalmente bem-sucedida. A cantora precisa ousar – e perceber que ainda vive dentro do casulo.

Zeca Azevedo