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Caravanas

Chico Buarque

Paulo Cavalcanti Publicado em 21/09/2017, às 15h53 - Atualizado às 15h54

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Caravanas - Reprodução
Caravanas - Reprodução

Chico Buarque, excetuando os certeiros ataques que efetuou ao governo militar brasileiro durante as décadas de 1960 e 1970, sempre foi um artista acadêmico, como se fosse um Noel Rosa mais jovial. O país pode estar mergulhado em um momento de conturbação política, mas em Caravanas, Chico parece não se sentir à vontade como cronista desse tipo de situação. Em termos de som e temática, o trabalho é de pura placidez. Não existem tons dissonantes ou alguma palavra que possa ferir sensibilidades nas nove faixas do trabalho, sendo sete delas inéditas e duas recicladas. O romantismo em seus diversos matizes orienta o disco, que traz modinha (“Tua Cantiga”), valsinha (“Dueto”, com a neta Clara Buarque) e balada com fundo de jazz (“A Moça do Sonho”). O samba sincopado dá a cara na futebolística “Jogo de Bola” e o samba-canção rege “Desaforos”. “Caravanas”, a faixa-título, fecha o trabalho com ambição sonora épica. A faixa comenta a má recepção que os garotos dos subúrbios recebem quando tentam frequentar as praias de elite do Rio de Janeiro. Sim, a canção tem um tema social, mas não é exatamente “Construção”.

Fonte: Biscoito Fino