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Longe de Onde

Karina Buhr

MAURO FERREIRA Publicado em 13/10/2011, às 12h00 - Atualizado em 14/10/2011, às 15h04

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Longe de Onde
Longe de Onde

No segundo CD, artista tempera versos crus com molho pop

Grata surpresa de 2010 com Eu Menti pra Você, álbum solo embebido em sarcasmo, Karina Buhr passa sem colar na sempre temida prova do segundo disco. Pilotado pela artista pernambucana com o baterista Bruno Buarque e o baixista Mau, Longe de Onde apresenta safra de 11 inéditas autorais pautadas por tons geralmente mais brandos, sem perda da objetividade do discurso. “Não me ame tanto / Eu tenho algum problema com amor demais”, avisa na suingante balada “Não me Ame Tanto”. Se “Cara Palavra” endurece poesia já concreta com rock hard, “Cadáver” é jogado na praia do reggae e “Pra Ser Romântica” dialoga com o cancioneiro sentimental mais kitsch no balanço da guitarra de Fernando Catatau. O trompete de Guizado e as guitarras de Catatau e Edgard Scandurra, irmanadas na vibe roqueira de “Guitarristas de Copacabana”, garantem o molho de um disco que tempera com suingue as letras diretas das canções. O ingrediente inusitado é a letra em inglês de “The War’s Dancing Floor”, faixa que fala a língua do pop universal. Mas o sotaque é delicadamente regional em “O Amor Brando”, faixa que exemplifica a opção por sons mais calmos, tônica de disco em que a artista flerta com o canto falado do rap em “Sem Fazer Ideia”. A propósito, Buhr aprimora sua dicção, facilitando o entendimento de seus versos nus e crus. O saldo é positivo. Ninguém mentiu para você quando disse que Karina Buhr veio

para ficar.

Fonte: Coqueiro Verde