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Oásis de Bethânia

Maria Bethânia

MAURO FERREIRA Publicado em 13/04/2012, às 10h38 - Atualizado às 10h41

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Maria Bethânia - divulgação
Maria Bethânia - divulgação

Com fúria santa, cantora dispara raios e trovoadas contra detratores em disco

“Não mexe comigo que eu não ando só”, adverte Maria Bethânia, em bissexto falsete, no verso inicial de “Carta de Amor”. No seu 50º disco, a intérprete entrelaça o samba inédito de Paulo César Pinheiro com texto autoral em que, no toque da percussão de Marcelo Costa, relaciona a companhia de santos e orixás. Impregnado de fúria sagrada, o CD Oásis de Bethânia dispara raios e trovoadas contra detratores da artista, envolvida no ano passado em polêmica sobre captação de verbas para blog de poesia. Até então calada sobre a questão, Bethânia faz sua música falar por ela. “Deixa a calúnia de lado / Se de fato és poeta”, aconselha ao som das sete cordas do violonista Maurício Carrilho em “Calúnia”, samba-canção propagado em 1951 por Dalva de Oliveira, cantora recorrente no repertório da sucessora. “Eu quero ser tempestade / Eu quero ser ventania”, sentencia na sacra “Salmo”, faixa adornada pelo piano camerístico de André Mehmari. Paradoxalmente, sobre o toque do berimbau, a cantora exalta em “Calmaria” (J. Velloso) o “rasgo de beleza” que há em ventos brandos. Os mesmos que embalam “Fado” e as reminiscências nostálgicas de “Casablanca”, dois temas serenos do baiano Roque Ferreira. Com cada faixa entregue a um músico, Oásis de Bethânia renova o som da cantora ao tirar de Jaime Além o comando de seus discos. Djavan, com seu violão singular, adorna a bela canção “Vive”, inédita que forneceu à cantora. “Desencana, meu amor, tudo seu é muita dor. Vive!”, prega a estrela na faixa-hit do CD.

Fonte: Biscoito Fino