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Otto

Redação Publicado em 05/11/2009, às 13h43 - Atualizado em 24/02/2010, às 17h07

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Certa Manhã Acordei de Sonhos Estranhos, Otto - Divulgação
Certa Manhã Acordei de Sonhos Estranhos, Otto - Divulgação

Otto

Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos

Arterial Music

Músico pernambucano destila mágoas sem perder a compostura

Nem em meados de 1998, quando pernoitava no estúdio para conseguir gravar seu álbum de estreia com uma verba precária, Otto batalhou tanto para lançar um disco. Aqui, foi um longo trabalho de parto que levou mais de um ano. Mas o rebento nasceu forte. O quarto álbum de composições inéditas traz o artista pernambucano mais amadurecido. Separação é um tema tratado sem firulas em “Seis Minutos” e “O Leite”, em que Otto divide os vocais com a cantora Céu. Algumas das faixas apenas sugerem um viés românticopopular, com a guitarra de Fernando Catatau (o Cidadão Instigado) por vezes flertando com o brega e a latinidade. Otto também faz sua homenagem explícita ao cancioneiro popular – e implícita a Jacob do Bandolim – com a regravação de “Naquela Mesa”. Produzido por ele e Pupillo (baterista da Nação Zumbi e um dos 3namassa), o novo trabalho perpetua a tradição a sua maneira, colocando lado a lado percussão dos orixás e osciladores de frequência, sonhos intranquilos e leveza de levar a vida. “Meu Mundo Dança”, carregada de efeitos e com Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, dividindo os vocais, e “Agora Sim”, com um arranjo sensacional de cordas e metais junto a tambores incessantes, mostram onde este ótimo disco consegue chegar.

POR JOSÉ JULIO DO ESPIRITO SANTO