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Rebel Heart

Madonna

Caryn Ganz Publicado em 24/03/2015, às 10h46 - Atualizado às 17h27

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Estrela se junta a Kanye West, Avicii e outros convidados em álbum sexy e grudento. - Divulgação
Estrela se junta a Kanye West, Avicii e outros convidados em álbum sexy e grudento. - Divulgação

Por muitos anos, Madonna evitou a internet como se a web fosse glúten. Mas, no último mês de dezembro, a rede mundial decidiu parar de esperar pela cantora: as faixas nas quais ela estava trabalhando foram roubadas e acabaram vazando. Madonna respondeu rápida e emocionalmente no Instagram, usando termos como “estupro” e “terrorismo”. A reação dela foi disponibilizar seis canções em versão digital, com a promessa de que o disco completo seria apresentado em março. Algumas dessas novas faixas se revelaram diamantes brutos, tesouros do pop moderno esperando para serem lapidados.

Rebel Heart se desenvolve como uma meditação longa, apaixonada e autorreferente sobre perder o amor e encontrar o propósito da vida em tempos complicados. Também é uma oportunidade para a Rainha do Pop refl etir sobre como ela construiu cuidadosamente um caminho que outras têm rebolado para seguir. A estrela pronuncia alegremente a palavra “bitch” (vadia) em “Unapologetic Bitch”, uma faixa com tons de reggae, e na frenética “Bitch I’m Madonna” – os versos de Nicki Minaj nesta última são puro fogo. Essas duas canções têm toques pegajosos e ensurdecedores criados por Diplo. Ela cita a si mesma em três canções, resgatando passagens dos hits “Vogue” e “Justify My Love”, antes de sussurrar um rap sobre as glórias do passado em “Veni Vidi Vici”.

O álbum abre com “Living for Love”, uma canção sobre se reinventar depois de uma separação. Já “HeartBreakCity” é um dramático mergulho no inferno de um momento pós-relacionamento. A cantora já falou do divórcio com Guy Ritchie nos dois álbuns anteriores, mas agora que ela está de volta ao mercado existiram amores posteriores para serem jogados na lona. Duas outras faixas sobressaem: “Illuminati”, um cutucão de Kanye West no universo das teorias da conspiração, e “Devil Pray”, na qual Avicii ajuda a dona do disco a reviver as batidas de Music (2000). Já Chance the Rapper e o ex-pugilista Mike Tyson não acrescentam nada a “Iconic”, faixa da qual participam, enquanto que em “Holy Water” (uma ode ao sexo oral) e na bizarra “S.E.X.” Madonna deixa seu apetite por canções sobre sexo sair do trilho.

É apropriado que a artista encerre a versão de luxo do álbum com a faixa-título. Sobre uma batida animada e orquestrada criada por Avicii, a letra de “Rebel Heart” recorda como ela passou de garota esquisita a uma mulher narcisista que mais tarde descobriu a espiritualidade. No fundo, Madonna tem mesmo um coração rebelde – e você não pode culpá-la por nos lembrar de que a música pop é melhor por causa disso.

Fonte: Interscope/Universal