Redação Publicado em 11/06/2009, às 16h40 - Atualizado às 16h40
EMI
Ícones do rock brasileiro da década de 80 em momento histórico
“São bandas importantes.Pena que fazem uma música muito complexa. O dia que eu conseguir entender o que eles cantam, vou nos shows deles.” Assim Bussunda, do então chamado Casseta Popular, começa a série de depoimentos que costura esse especial que Legião e Paralamas gravaram para a Globo, em 1988. Filmado ao vivo – raridade para a TV da época – no Rio, com “globais” na plateia e dando opiniões sobre os dois grupos brasilienses, o show mostra as bandas no auge, na única vez em que dividiram o mesmo palco (no final). É um documento importante que estava mofando nos arquivos da emissora. O lançamento não só dá brilho a uma página da história do rock nacional como traz à tona a disparidade entre o som da época e o atual, no gênero. Também expõe características que, com o tempo, tornaram-se mais evidentes. A principal refere-se ao Paralamas. Acidente com Herbert Vianna à parte, quem prestar atenção na disposição e na habilidade com que o trio faz sua performance pode sentir vontade de quebrar todos os discos mais recentes do grupo. Quanto à Legião, era comandada por um sujeito com cara de professor universitário que dominava incrivelmente a cena do rock nacional à frente de uma banda que sintetizava a atitude dos fãs no próprio nome. Bom letrista, Renato Russo teve como principal mérito arrastar multidões sem ter que apelar para o comercialismo. A embalagem inclui um CD, mas vale mesmo pelo DVD, que ainda contém aparições anteriores de Legião (com Renato sem barba e sem óculos) e Paralamas dublando músicas no extinto programa Globo de Ouro.
JOSÉ NORBERTO FLESCH
