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Tropa de Elite 2

Redação Publicado em 07/02/2011, às 13h58 - Atualizado às 13h58

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Maior bilheteria do cinema nacional, sequência abusa das críticas e da violência

Em plena ditadura dos anos 70, Dona Flor e Seus Dois Maridos alcançou o topo de bilheteria ao misturar erotismo com uma crítica social velada. Hoje, em tempos de democracia e a estabilidade econômica, a maior preocupação do brasileiro passou a ser a segurança. Esse cenário foi campo fértil para a concepção da saga Tropa de Elite,, maior fenômeno do cinema nacional em tempos recentes, e a trajetória do Capitão Nascimento (Wagner Moura), mito e herói do Brasil, que se transforma num burocrata em crise de identidade. No primeiro filme, os sintomas do narcotráfico estavam claros: a classe média/alta compra drogas e isso sustenta os bandidos e favorece a corrupção policial. Nessa continuação, o subtítulo “o inimigo agora é outro” abre uma brecha para diversos vilões sociais: as milícias, os governos, os políticos, o sistema. Com seus mecanismos cinematográficos de faroeste moderno, essa interpretação multifocal da realidade permite uma rajada de balas ao alvo, mas traz pouco fôlego para reflexões mais apuradas. Metralhando para tudo quanto é canto e colocando a violência como artifício do espetáculo, esse retrato pesado de impacto cria uma vala para generalizações. Fica fácil concluir que a podridão impera, mas, diante de tanta pólvora, é praticamente impossível enxergar uma saída. Depois de quebrar recordes de bilheteria na tela grande, o filme do diretor José Padilha chega agora ao DVD e ao bluray. Os vários minidocumentários incluídos no disco ajudam a compreender este fenômeno cultural que às vezes consegue borrar os limites entre realidade e ficção.

ÉRIKO FUKS