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12 Anos de Escravidão

Steve McQueen

HAMILTON ROSA JR. Publicado em 14/02/2014, às 23h05 - Atualizado às 23h07

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O SENHOR E O OPRIMIDO
Fassbender (à esq.) ameaça Ejiofor
O SENHOR E O OPRIMIDO Fassbender (à esq.) ameaça Ejiofor

Filme retrata jornada de escravo pelos Estados Unidos

Talvez seja apressado classificar esse drama do britânico Steve McQueen como o melhor filme já feito sobre a escravidão. Mas é, sem dúvida, uma visão perspicaz e muito inteligente sobre o tema. McQueen coloca o espectador nas costas de Solo mon Northup (Chiwe tel Eji o for), um homem livre que se torna escravo, em sua viagem de uma Washington limpa e educada para algum beco sujo, selvagem e primitivo do sul dos Estados Unidos. Viramos testemunha de todo o calvário. Felizmente, nada é gratuito. Há aqui a mesma busca de uma ética do olhar que vimos nos filmes anteriores de McQueen (como Shame). Mantém-se inclusive a certeza de que toda a violência tem significado político. E a atuação de Ejio for contribui muito para a visão dura e indignada. Desde o começo da via crucis, os mais próximos advertem para que seu personagem não demonstre ter modos refinados e que esconda que sabe escrever. Assim, Solomon passa o filme contendo as emoções. No entanto, elas estão nos olhos e nas expressões silenciosas do ator – olhos que nos perseguem mesmo quando o filme acaba. E por fim, se há um deslize, esse ocorre na entrada em cena de Brad Pitt, como o capataz caridoso. O discurso dele é risível. Funciona na boca de um ativista do século 21, mas ali não convence.