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Alice no País das Maravilhas

Redação Publicado em 07/04/2010, às 06h59 - Atualizado às 14h15

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<b>ALUCINAÇÃO VISUAL</b> Johnny Depp na pele do Chapeleiro Louco - Divulgação
<b>ALUCINAÇÃO VISUAL</b> Johnny Depp na pele do Chapeleiro Louco - Divulgação

Tim Burton

Johnny Depp, Mia Wasikowska, Helena Bonham Carter

Confusão Surrealista

Tim Burton não decide para qual rumo seguir em sua versão para fábula juvenil

Alice representa mais uma tentativa de Tim Burton contar sua versão particular de uma história já consagrada. Mais surrealista cineasta de Hollywood, ele reconvocou a gangue de sempre (o astro Johnny Depp, a esposa, Helena Bonham Carter, o compositor Danny Elfman) para arquitetar uma visão alternativa de uma das fábulas de maior longevidade da literatura. Inspirado pelos escritos de Lewis Carroll, Burton buscou respostas à questão “o que foi feito de Alice?” No filme, presenciamos a heroína (a desconhecida e ótima Mia Wasikowska) enfrentando desafios de uma vida aborrecida e lembranças incessantes de um universo bizarro que provavelmente só existe em sonhos. Chegando literalmente ao fundo do poço, ela se dá conta de que as memórias são resquícios de aventuras passadas e de realizações incompletas. O que vem a seguir é Tim Burton em sua essência, mas com ressalvas. Johnny Depp está especialmente constrangedor como o perturbado Chapeleiro Louco, mas já o vimos pagar micos piores sob a batuta do mesmo diretor. O grande problema de Alice, no fim das contas, está em não definir seu real propósito: seria um espetáculo surreal para adultos que as crianças podem ter dificuldade em compreender? Ou seria uma quase-animação espetaculosa para os pequenos, a qual adultos precisam se esforçar para engolir? Seja qual for a intenção, o estranhamento persiste ao longo do filme – e a sensação, garanto, não está relacionada às estranhezas oferecidas pelo País das Maravilhas.

Pablo Miyazawa