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Só Garotos

Redação Publicado em 07/01/2011, às 14h16 - Atualizado às 14h17

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Divulgação
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Patti Smith

Companhia das Letras

Autobiografia parcial da roqueira recorda relacionamento com badalado fotógrafo

“Ver o que os outros não conseguiam ver.” O chamado da arte veio cedo para Patti Smith. Lendo, vendo e ouvindo tudo o que pudesse servir de inspiração, ela logo montou seu cânone pessoal, que incluía a “confiança brutal” de Picasso, as iluminações de Rimbaud e a busca espiritual de Coltrane. Só Garotos, autobiografia de seus anos ao lado do fotógrafo Robert Mapplethorpe, na Manhattan do final dos 60 e início dos 70, é bem mais que a história de uma rockstar. Sem óbvias revelações de bastidores e alcovas, o livro de Smith é, ao mesmo tempo, a comovente lembrança de um amor juvenil e o relato inspirado de sua formação como poeta, compositora, escritora. Não é um livro para fãs, exclusivamente; seu apelo é literário, universal. E Patti escreve tão bem como alguns de seus ídolos – Genet ou Kerouac, por exemplo. Suas andanças sem teto nem documento por Nova York, em que ela se alimentava apenas de poesia, obras de arte e folhas de alface, são antológicas; assim como a descrição dos tempos no mítico Chelsea Hotel ou a evocação lírica do dia em que soube da morte de Mapplethorpe. Um grande livro para ser devorado com Horses (1975) a todo volume.

DANIEL BENEVIDES