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Esporro

Leonardo Panço

CARLOS EDUARDO LIMA Publicado em 14/10/2011, às 11h43 - Atualizado às 11h55

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Três livros desvendam um pouco do underground do rock carioca

Poucas e boas pessoas tiveram acesso à cena rock carioca dos anos 90. Poucas porque essa sucessão

de fatos, eventos, bandas, zines, revistas se deu no underground. Boas porque os participantes desses momentos eram pessoas dispostas a quase tudo para atingir o objetivo de subir em um palco com uma guitarra e fazer barulho. Os três livros, cada um a seu jeito, revisitam essa cena e mostram o quanto ela foi generosa em termos de criatividade e garra, levando tudo para o âmbito do “faça você mesmo” punk. Leonardo Panço, por exemplo, está em um dos livros. Em Esporro, o ex-guitarrista do Soutien Xiita documenta o início de sua banda e de sua vontade de tocar rock and roll de uma maneira mais ou menos consciente. Panço define esse momento como a primeira vez em que teve noção do que estava fazendo. Ao falar de sua experiência com fanzines e música, ele dá uma visão micro-histórica da própria situação comum a jovens da Zona Norte e Oeste do Rio enfrentando obstáculos de todos os tipos para poder dar o seu recado, fosse na organização de um festival de bandas iniciantes ou brigando com os equipamentos ruins de um buraco qualquer. Larry Antha segue pelo mesmo caminho, mas aumenta a discussão por imprimir uma visão mais ampla, ainda que esteja falando basicamente de sua banda, o Sex Noise. Famoso no subterrâneo da Cidade Maravilhosa devido a um “não hit” chamado “Franzino Costela”, o Sex Noise tem ares de cult band e sua trajetória, do início aos dias atuais, é contada por Larry em primeira pessoa, em um relato apaixonado e cheio de casos interessantes vivenciados ao longo dos anos. O livro de Pedro de Luna, por sua vez, é bastante completo e possui um diferencial em relação aos outros: em vez de falar da cena carioca, deslo ca o foco de sua narrativa para Niterói, cidade vizinha ao Rio, detentora de uma cena rock própria e cheia de parti cularidades. Mesmo que haja interligações inevitáveis ao longo da narrativa entre Rio e Niterói, a sucessão de eventos e riqueza de material gráfico, mostrando zines, flyers, pôsteres e programas de eventos organizados por Pedro, além de uma encadernação de capa dura em formato grande, fazem de Niterói Rock Underground uma leitura obrigatória para quem tem interesse em rock urbano, sujo, ingênuo e verdadeiro.

Fonte: Independente