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O Símbolo Perdido

Redação Publicado em 04/02/2010, às 11h35 - Atualizado às 11h36

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O Símbolo Perdido - Dan Brown - Divulgação
O Símbolo Perdido - Dan Brown - Divulgação

Dan Brown

Sextante

Magia Branca

Autor repete as fórmulas vencedoras de sempre – e não erra. Em seu novo livro, ele mira na maçonaria

Dan Brown garantiu espaço na elite dos autores mais populares de todos os tempos do mesmo modo que J.K. Rowling e a saga Harry Potter: escrevendo da maneira mais simplificada possível, repetindo artifícios à exaustão, exagerando na mitologia heroica em torno de seu protagonista e – a cereja do bolo – vendendo os direitos de sua obra para Hollywood. Grosso modo, a literatura de Brown não passa de Harry Potter para adultos – não que exista algum problema nisso. Neste caso, o “bruxo” é Robert Langdon, o professor simbologista que sabe tudo e não está prosa. Em outras aparições, ele desvendou os segredos dos Illuminati e destrinchou o Priorado de Sião. Em O Símbolo Perdido, o material de exploração não poderia ser outro que não a maçonaria. Sob o comando relutante de Langdon, somos compelidos a crer que tudo na vida possui um significado obscuro e se correlaciona com algo maior. A habilidade de Brown está exatamente em criar o clima perfeito para a conspiração, destilando conhecimento de causa e misturando tudo com fatos criados em sua própria cabeça (não raro, terminamos o livro sem saber o que é ou não real). Faz parte do charme também o fato de sua narrativa beirar a cafonice: recheada de adjetivos exagerados, interrupções na ação com cunho enciclopédico e pensamentos em itálico (para aumentar a dramaticidade), é um perfeito exemplar de algo semelhante a uma “literatura de videogame”, tantas são as charadas, os amigos sequestrados, os supervilões deformados com motivações divinas. Tudo é exageradamente familiar, rebuscado em excesso, talvez esvaziado em imaginação, mas está na cara que é exatamente isso o que os milhões de fãs de Brown procuram.

Pablo Miyazawa