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Música / Best of Blues and Rock 2024

Na carreira solo, Yohan Kisser prova que faz muito mais que metal e tocar guitarra

Filho do lendário guitarrista Andreas Kisser, Yohan Kisser se prepara para terceiro show da carreira no Best of Blues and Rock, na próxima terça, 25

Felipe Grutter (@felipegrutter)

por Felipe Grutter (@felipegrutter)

felipe.grutter@rollingstone.com.br

Publicado em 20/06/2024, às 17h05 - Atualizado às 17h50

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Yohan Kisser (Foto: Divulgação)
Yohan Kisser (Foto: Divulgação)

Independente do artista, tanto parte a imprensa quanto público rotulam determinadas bandas e cantores a um gênero específico, como acontece com as constantes relações que fazem de Yohan Kisser ao metal e tocar guitarra, principalmente por ser filho de Andreas Kisser, um dos maiores guitarristas do Brasil, e integrar a banda Sioux 66.

No entanto, na carreira solo, Yohan prova como o repertório dele vai muito além do rock, com referências que passam por artistas como André Abujamra e Ígor Stravinski a Hermeto Pascoal, Frank Zappa e Richard Strauss. Inclusive, esse faceta do artista de 27 anos poderá ser vista no último dia de Best of Blues and Rock 2024, na próxima terça, 25, no Mister Rock, em Belo Horizonte. Os ingressos estão disponíveis no site da Eventim.

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Vale destacar como o cantor e o festival possuem uma relação construída há alguns anos. A primeira participação dele foi em 2019, com show ao lado do pai. A segunda aconteceu em 2022, com uma apresentação solo, um momento considerado muito especial por ele.

"Foi um dos primeiros shows que fiz quando lancei meu primeiro EP em 2022, bem na época que perdi minha mãe também... foi uma semana super conturbada e super especial no fim das contas," relembrou Yohan Kisser durante entrevista à Rolling Stone Brasil. "Apesar de ter feito outros shows grandes com meu pai e Sioux 66, esse foi um dos maiores shows que fiz na vida pelo fato de ter o meu nome ali [no line-up]."

De estar defender [meu nome], poder tocar teclado em cima do palco, enfim... são várias coisas que nessa carreira solo eu defendo que é só na carreira solo que eu faço. Em outros lugares eu simplesmente toco guitarra.

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Agora, para a edição de 2024 do Best of Blues and Rock 2024, Yohan se mostra bastante empolgado em apresentar um repertório majoritariamente autoral, com menos covers e homenagens a outros artistas, sejam eles do rock ou não.

"Julgo esse show como um marco assim inicial dessa fase do novo álbum. Inclusive dia 21 [de junho, próxima sexta] um sai o primeiro single e 25 e cinco é o show," destacou o artista. "Então as expectativas são altas por essas questões." A apresentação no festival ainda contará com William Paiva, do Hammerhead Blues, na bateria e Guto Passos, baixista do Lobão.

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Existe uma dualidade na carreira de Yohan. Criado por um dos grandes guitarristas de metal do Brasil e integrante de uma banda de hard rock, ele estuda músicas de todos os estilos até tocou em recitais, "mas a minha experiência principal no palco com meu pai e Sioux 66 é sempre ver as rodas se abrindo... a galera agitando e batendo cabeça," algo diferente do que acontece no Best of Blues and Rock.

Com o meu pai eu sempre toquei metal, porque, adivinha... meu pai toca metal! E aprendi a tocar guitarra do metal. Mas é engraçado essa essa transação dos estilos.

"O festival de 2022 foi muito interessante porque gente tocou Hermeto Pascoal, tocou Stravinski e algumas peças clássicas," disse. "Foi superinteressante e o retorno superpositivo - mais do que a gente esperava até."

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O projeto solo de Yohan Kisser

Como é possível de notar, a carreira solo de Yohan Kisser seria muito mais fácil se ele seguisse pelo metal, caminho que optou não seguir intencionalmente. Ele quer criar músicas que sejam orgânicas, vindas diretamente de todas as referências e gostoso musicais. Por isso, ele precisa batalhar mais para conseguir um espaço de destaque

Se eu tivesse para procurar um espaço, seria no metal, abrindo shows de metal, tocando metal. O meu primeiro álbum já não é muito metal. Se você for escutar, tem umas guitarras sujas, mas a intenção não é ser trash metal ou inverter paletada. A intenção nunca foi essa e, agora, menos ainda.

Segundo Yohan, a carreira solo não é uma transição, mas um começo: "Eu estou mostrando para o mundo, que acha que eu sou metaleiro, na verdade, o que quero fazer. Cabe às pessoas gostarem ou desgostarem, ou escutarem, né? Tudo que peço é isso, porque hoje em dia é tão difícil ter um pouco da atenção das pessoas."

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"Best of Blues and Rock abriu as portas para eu fazer o meu projeto solo. E a minha intenção é essa: cada vez mostrar mais essas minhas influências, como é realmente o meu gosto, como são essas praias que gosto de andar, desde o jazz até a música brasileira," continuou.

Não me enxergo como metaleiro, como um guerreiro do metal que vá levar o metal para os outros continentes, coisas que o meu pai fez ou várias bandas que conheço pela rádio. Não me julgo dessa forma e acho que leva um tempo também para o público entender... normal.