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Acontece - João Fênix retorna às raízes em novo álbum e ganha reconhecimento para além das constantes comparações

De Pixinguinha a Zeca Baleiro, nada escapa da mira do cantor pernambucano, que em 2017 gravará um disco em homenagem aos 50 anos de carreira fonográfica de Gal Costa

Guilherme Bryan Publicado em 30/07/2016, às 18h02 - Atualizado às 18h34

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<b>Com Efeito</b><br>
Fênix: andrógino, único e cheio de projetos - Léo Viana/Divulgação
<b>Com Efeito</b><br> Fênix: andrógino, único e cheio de projetos - Léo Viana/Divulgação

De Pixinguinha a Zeca Baleiro, nada escapa da mira do cantor pernambucano João Fênix, talentoso contratenor que chega ao quarto álbum – o segundo como intérprete, função que havia exercido apenas no disco de estreia, Eu, Causa e Efeito (2004). Nada mais apropriado, então, do que o CD ser batizado como De Volta ao Começo. O timbre diferenciado e os trejeitos andróginos têm levado a diversas comparações e títulos de “o novo Ney Matogrosso” ou “o novo Edson Cordeiro”, mas o intérprete tem personalidade própria de sobra.

“Este álbum representa um retorno ao meu começo artístico. Ele valoriza minha primeira e até agora mais relevante expressão enquanto músico, a de intérprete”, assegura, e acrescenta: “Considero um passo adiante pela maturação no canto e na escolha do repertório. É um trabalho em que fui muito assertivo em estúdio, das escolhas sonoras à projeção vocal”.

É o que se percebe nas impactantes gravações de “Língua do P”, de Gilberto Gil, “Riacho do Navio”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, “Último Desejo”, de Noel Rosa, e “Cálice”, de Chico Buarque e Gil, que ganhará um videoclipe com imagens das recentes e constantes manifestações realizadas pelo Brasil em 2016. Os shows de lançamento de De Volta ao Começo acontecem este mês no Rio de Janeiro e na cidade de Amarante, em Portugal, durante o festival gratuito Mimo. O espetáculo conta com a direção musical de Jaime Alem, um dos arranjadores do disco, ao lado de JR Tostoi. No palco, estarão, além de João e Jaime, Alberto Continentino (no contrabaixo) e Felipe Tauil (na percussão).

Atualmente, Fênix se divide entre o Brasil e os Estados Unidos, já que mora em Washington. “Neste primeiro momento, a direção cênica do show ainda está em minhas mãos. Primeiro, quero maturá-lo do ponto de vista musical nos palcos antes de partir para algo mais arrojado cenicamente. De qualquer forma, o ‘Fênix’ estará presente. Com a mesma imagem andrógina do começo da minha carreira e a mesma urgência ideológica musical”, garante o cantor. Em 2017, João Fênix gravará um disco em homenagem aos 50 anos de carreira fonográfica de Gal Costa. No repertório certamente estarão “O Amor”, de Caetano Veloso, Ney Costas Santo e Vladimir Maiakovski, “Força Estranha”, de Caetano, e “Brasil”, de Cazuza, George Israel e Nilo Romero, algumas de suas favoritas. A produção deverá ficar a cargo de Pupillo, baterista do Nação Zumbi e que tocou nos primeiros shows de Fênix.