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Aerosmith molhado

Mesmo lutando contra a chuva, quinteto fez show excelente em São Paulo

Paulo Cavalcanti Publicado em 31/10/2011, às 16h33 - Atualizado às 16h50

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Aerosmith em São Paulo - Thais Azevedo
Aerosmith em São Paulo - Thais Azevedo

Pela quarta vez no Brasil, o Aerosmith conseguiu levar um excelente público (mais de 30 mil pessoas) à Arena Anhembi, em São Paulo, na noite do domingo, 30. Mesmo com a chuva incomodando bastante e não dando trégua, quem foi à apresentação não se arrependeu. A performance, que fez parte da turnê Back on the Road, foi muito mais cheia de energia do que a realizada na cidade em 2010 (um show cansado, burocrático e com os integrantes do grupo mal se falando).

Às 20h10, com os auto-falantes tocando Cavalgada das Valquírias, de Richard Wagner, o grupo surgiu no palco, e começou com toda a velocidade, em uma sequência que teve “Draw the Line”, “Same Old Song and Dance” e “Mama Kin”. No meio disso, Tyler gritou “E aí, São Paulo!”, frase que ele leu do teleprompter. A primeira grande comoção aconteceu quando o quinteto tocou “Janie’s Got a Gun”. “Livin' on the Edge” veio depois e também foi bem recebida. O foco, mais do que nunca, estava em Steven Tyler. Há alguns dias, o vocalista tomou um tombo feio no banheiro do hotel no Paraguai e machucou o rosto. Mas como deu para ver, Tyler estava bem recuperado no show em São Paulo. Quem prestasse atenção poderia ver que o cantor às vezes se locomovia de um modo estranho – no entanto, isto também acontece devido a um problema que ele tem nos pés.

Steven Tyler se mostrou o grande showman de sempre: a voz não rateou e ele não deu a mínima para a chuva, parecendo até se divertir com a água que caia em sua cabeça. Dançava de uma forma desajeitada e engraçada, brincava com os outros integrantes da banda e se mostrava muito simpático com o pessoal que estava na fila do gargarejo, fazendo caretas e posando para os fãs que se posicionavam mais perto na passarela que saia do palco e adentrava em meio à pista VIP. E brincou quando um fã deu a ele uma boneca inflável. Joe Perry, como sempre, fez o papel de quem está de mau humor, mas quem vai a um show do Aerosmith já sabe que a dicotomia Tyler/boa praça e Perry/ranzinza sempre vai existir.

“Rag Doll”, “Amazing”, “What It Takes”, “Last Child” e “Combination” (com Perry no vocal) mantiveram o show em alto pique. Porém, boa parte do público – especialmente o feminino e mais jovem – estava lá para ouvir as baladas. Assim, “I Don't Want To Miss a Thing” e “Cryin'” (com o vídeo estrelado por Alicia Silverstone exibido no fundo do palco) foram cantadas com a maior animação.

A sempre eficiente “Sweet Emotion” encerrou a parte principal do show. A banda voltou para o bis ainda na levada romântica com “Dream On”, mas as coisas ficaram agitadas novamente com “Love in an Elevator” e “Walk This Way”. Esse deveria ser o fim da apresentação, mas muita gente ainda continuava gritando por “Crazy” e “Angel”. A banda se animou e ficou mais um tempo no palco. O Aerosmith não se interessou em tocar “Crazy”, mas antes de executar “Angel”, Tyler falou: “Essa a gente não toca há muito tempo, então se tiverem erros, paciência”. Perry realmente deu algumas engasgadas no solo, mas, no geral, a música saiu . O final foi com “The Train Kept A-Rollin'”, cuja versão, baseada na gravação do Yardbirds, abriu as portas para o Aerosmith nos anos 70.