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Análise - Arquivo X: a paranoia não é mais o que era antes

A série está de volta 14 anos depois. Será que consegue causar impacto nos novos e mais apavorantes EUA?

Rob Sheffield Publicado em 31/01/2016, às 10h48 - Atualizado às 12h00

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Gillian Anderson e David Duchovny na nova temporada de <i>Arquivo X</i> - Reprodução/vídeo
Gillian Anderson e David Duchovny na nova temporada de <i>Arquivo X</i> - Reprodução/vídeo

“A verdade está lá fora”, como o Arquivo X prometia. O thriller de perseguição a alienígenas criado por Chris Carter basicamente inventou o geek do século 21, exigindo que você prestasse atenção aos detalhes mais obsessivos enquanto dois agentes do FBI usando sobretudo, o Mulder de David Duchovny e a Scully de Gillian Anderson, sondavam os limites da conspiração governamental e da esquisitice paranormal. Foi o primeiro seriado moderno em que os espectadores fizeram questão de decorar os títulos dos episódios, fossem eles fanáticos por “Jose Chung do Espaço Sideral” ou “Devaneios de um Fumante”. Também foi onde o termo “shipper” entrou no vocabulário, enquanto os fãs se dividiam entre torcer por um relacionamento entre Mulder e Scully ou não. Todos os diferentes tipos de cultura de fã estão enraizados em nossa obsessão por Arquivo X.

Então, tem sentido que o mundo tenha desejado a volta de Arquivo X, nem que fosse apenas como uma minissérie de seis episódios. A nova temporada definitivamente tem um começo vacilante, sobrecarregado de exposição de retrospectiva, mas o maior prazer é ver Mulder e Scully de volta à ação – eles ainda discordam sobre basicamente tudo, mas continuam sabendo que, no fundo, só podem confiar um no outro. Duchovny está tão comprometido quanto sempre com a arte da não-atuação, com seu jeito tranquilo de apertar os olhos e franzir as sobrancelhas, enquanto a Scully de Anderson rejeita as teorias do parceiro sobre invasores do espaço. Os agentes têm um novo caso para investigar, com Annet Mahendru, de The Americans, como a vítima de abdução de alienígenas. (Será mesmo?) O elenco tem outras novas adições, como Joel McHale, do seriado Community, e velhos conhecidos como Mitch Pileggi como seu cético supervisor veterano da Guerra do Vietnã.

O mundo é um lugar tremendamente diferente do que Mulder e Scully deixaram para trás em 2002. Quando a década de 1990 se transformou na de 2000 e os problemas dos EUA ficaram muito mais apavorantes, era difícil imaginar um momento em que alienígenas eram o pior pesadelo de alguém. Então, esta é uma chance para Arquivo X fazer algo ousado com esta história, atualizando-a para um mundo mais perigoso – a única questão é se isso pode ser feito em uma mera ressurreição em seis episódios, mas, como tantos outros fãs de Arquivo X, quero acreditar.