Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Após batalha contra câncer, guitarrista do Surfer Blood morre aos 27 anos

Thomas Fekete revelou que sofria com um tipo raro e agressivo da doença no ano passado

Rolling Stone EUA Publicado em 31/05/2016, às 13h32 - Atualizado às 13h45

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O guitarrista Thomas Fekete, do Surfer Blood. - Taiz Dering / Divulgação
O guitarrista Thomas Fekete, do Surfer Blood. - Taiz Dering / Divulgação

O guitarrista do Surfer Blood, Thomas Fekete, morreu na última segunda, 30, após batalhar contra um raro e agressivo tipo de câncer. A informação foi dada pela esposa dele, Jess, que escreveu uma postagem na página do músico no GoFundMe, que funcionava para ajudar a cobrir as despesas médicas dele. Fekete tinha 27 anos.

“Ainda que seu corpo tenha falhado, sua mente e seu espírito continuaram firmes”, escreveu Jess. “Não houve um dia em que não estivemos cheios de esperança. Não houve um dia em que ele chegou a considerar jogar a toalha. Ele era esse feixe de luz bondoso, engraçado, corajoso e magnético, que vocês conheceram, até o último suspiro”. Ela acrescentou: “Agora, meu anjo, vá encontrar Bowie e tocar com ele.”

LEIA TAMBÉM

[Aquivo] Fekete lançou álbum lo-fi para financiar tratamento de câncer

[Entrevista] O Surfer Blood tocou em São Paulo e Porto Alegre em 2013

[Galeria] Veja fotos do show do Surfer Blood em São Paulo, em 2013

Fekete revelou aos fãs que tinha câncer em abril de 2015, quando ele foi forçado a abandonar uma turnê do Surfer Blood. O guitarrista escreveu que havia passado por uma grande cirurgia para remover um tumor do abdômen, mas os médicos descobriram que o câncer havia se espalhado pelos pulmões e pela coluna.

Apesar de ser submetido a cirurgias e quimioterapia extensiva, Fekete continuou a fazer músicas, lançando – exclusivamente em fita cassete – o LP Burner, em dezembro do ano passado. “Em alguma época entre março e junho de 2015, enquanto eu me recuperava de duas cirurgias e começava a quimioterapia, debrucei-me sobre meu gravador de quatro canais e criei este desastre”, escreveu o guitarrista na ocasião, em comunicado. “Sem muitos takes, sem microfones caros, sem direcionamento exterior... apenas eu no meu quarto com um equipamento barato e limitado.”

Todo o lucro obtido com o álbum ajudou Fekete a custear o tratamento dele. Em maio do ano passado, o Surfer Blood fez uma série de shows beneficentes para angariar dinheiro para os tratamentos “alternativos” de Fekete. Entretanto, os lucros obtidos com as apresentações foram roubados quando a van de turnê da banda quebrou em Chicago, nos Estados Unidos.

Outras bandas, contudo, também chegaram a intervir e ajudar Fekete, entre elas Yo La Tengo, Guided By Voices, Cults e Real Estate, que contribuíram com músicas inéditas, demos e faixas ao vivo para uma compilação vendida na página do GoFundMe.

Cofundadores do Surfer Blood, John Paul Pitts e Tyler Schwarz conheceram Fekete e o baixista Brian Black em uma festa posterior ao Ultra Music Festival, em Miami. A banda da Flórida então começou um regime de turnês e gravações em sequência, fazendo o disco de estreia, Astro Coast (2010), no apartamento de Pitts na Florida Atlantic University.

Puxado pelo single “Swim”, Astro Coast estabeleceu o Surfer Blood como uma das bandas contemporâneas que revitalizaram o indie rock dos anos 1990. O grupo ainda lançou um EP – Tarot Classic, em 2011 –, o segundo – Pythons, de 2013 – e o terceiro – 1000 Palms, de 2015 – disco.

Jess Fekete fará uma celebração da vida de Thomas na praia da região de South Florida na primeira semana de julho. Mais detalhes serão divulgados em breve, e o evento será aberto a “todos que tiverem Thomas em seus corações.”