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Arctic Monkeys no Lollapalooza: o que esperar do show do 1º dia de festival

Banda de Sheffield volta ao Brasil e ao festival com álbum calminho e climático; será que vai funcionar?

Pedro Antunes Publicado em 03/04/2019, às 06h30

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Alex Turner, vocalista do Arctic Monkeys (Foto: Valente Rosas / Agência El Universal / AP)
Alex Turner, vocalista do Arctic Monkeys (Foto: Valente Rosas / Agência El Universal / AP)

Cinco anos atrás, quando o Arctic Monkey se apresentou no Brasil, eles poderiam dizer que dominavam o mundo. Era 2014 e eles haviam lançado, no ano anterior, AM, um disco que deu a eles dois Brit Awards (o Oscar da música britânica) e o primeiro lugar nas paradas de sete países (Inglaterra, Austrália, Bélgica, Dinamarca, Irlanda, Holanda e Nova Zelândia), além de um prestigioso 6º lugar nos Estados Unidos - marcado conhecidamente difícil para bandas de rock inglesas caso não se tratem de Beatles ou Rolling Stones.

O cenário é completamente diferente desta volta do Arctic Monkeys ao País, novamente ao Lollapalooza, festival paulistano capitaneado pela banda em 2012. Com o álbum Tranquility Base Hotel & Casino, o Monkeys flerta com a música climática e de cabaré de Serge Gainsbourg e, ainda assim, terá a missão de fechar o primeiro dia de evento, nesta sexta-feira, 5.

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Lollapalooza 2019 será realizado entre os dias 5 e 7 de abril. Além do Arctic Monkeys, também encabeçam as noites de festival o Kings of Leon (no sábado, 6) e Kendrick Lamar (no domingo, 7).

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E, afinal, o que esperar da nova performance do Arctic Monkeys no Brasil?

A pausa

AM foi o quinto disco de Alex Turner e companhia em sete anos, uma frequência invejável, mas que também cobra o seu preço. Surgidos na segunda metade dos anos 2000, na esteira do novo vigor roqueiro capitaneado pelos The Strokes oito anos antes, em Nova York, os Monkeys injetaram mais energia na cena, com músicas como "I Bet You Look Good on the Dancefloor", faixa capaz de ferver qualquer pistinha indie do planeta.

O fôlego do Arctic Monkeys se esgotou ao final daquela turnê. Por quatro anos, de 2014 a 2018, eles se mantiveram distantes dos palcos. Rumores sobre um novo disco começaram a pipocar naquele último ano. O Arctic Monkeys estaria de volta em maio com Tranquility Base Hotel & Casino.

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O "polêmico" novo disco

Tranquility Base Hotel & Casino saiu em 11 de maio de 2018 e teve críticas mornas, embora tenha chegado ao topo das paradas de seis países. A Pitchfork, prestigioso e exigente site dedicado à música independente deu ao disco uma nota 8,1 de 10. Já a Rolling Stone EUA avaliou o disco com duas estrelas, de um total de cinco. É possível perceber que se trata de um disco que realmente divide opiniões, certo?

Os fãs seguiram o mesmo movimento. Fãs da primeira fase da banda, formada pelos discos Whatever People Say I Am, That's What I'm Not (2006), Favourite Worst Nightmare (2007) e o pesadão Humbug (2009) não gostaram do trabalho mais recente da trupe de Sheffield.


Já quem passou a surfar a onda do Arctic Monkeys a partir de Suck It and See, de 2011, estava mais propenso a entender o caminho que Turner e o resto da banda quis percorrer no novo disco. 

O fato é que Tranquility Base Hotel & Casino é um álbum que explora nuances e detalhes, com canções fortemente ancoradas nas linhas de piano, e nos versos minuciosamente trabalhados e cantados por Alex Turner. É a mesma banda, só que diferente, entende?

O que o Arctic Monkeys vai tocar?

Essa pergunta mexe com a curiosidade dos fãs. O Monkeys é uma banda que faz "turnê de disco", ou seja, prioriza o disco mais recente dentro do setlist e, com isso, costuma relegar as faixas antigas, mesmo adoradas pelos fãs, para trás.

De acordo com o show mais recente do grupo, no Lollapalooza Chile, a matemática é mais ou menos assim. Ainda assim, a prioridade da banda segue com AM, álbum com seis músicas tocadas no repertório de 21 canções no total. Logo depois vem Tranquility Base Hotel & Casino, com cinco.

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Favorite Worst Nightmare e Humburg têm, ambos, três músicas no repertório, enquanto Suck It and See e Whatever People Say I Am, That's What I'm Not são os menos tocados, com duas faixas cada apenas.

Alex Turner, um amante latino

Portanto, é justo esperar que o show tenha muito da vibe mais recente do Monkeys. No início da turnê,  Alex Turner parecia encarnar uma espécie de Sidney Magal inglês, com camiseta de algodão larga e os cabelos mais soltos, diferentemente da "vibe roqueira" de gel, couro e roupas pretas.

Ao que tudo indica, ele também preferiu o look anterior, tendo raspaco a cabeleira em outubro de 2018 e voltado a cores escuras e roupas de couro. 

Em comum, AM e Tranquility Base Hotel & Casino têm a levada mais vagarosa das canções, embora, no caso do primeiro deles, o grave e o peso das guitarras ainda seja acentuado. Nesse ritmo lento, Turner tem o costume de personificar um cantor de cabaré, vagando pelo palco em busca do amor perdido.

Qual é possível setlist?

No Chile, no Lollapalooza de lá, realizado no Parque O'Higgins, em Santiago, no dia 31 de março, a banda executou 21 canções. São elas:

1 - "Do I Wanna Know?"
2 - "Brianstorm"
3 - "Snap Out of It"
4 - "Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair"
5 - "One Point Perspective"
6 - "I Bet You Look Good on the Dancefloor"
7 - "Library Pictures"
8 - "Knee Socks"
9 - "The Ultracheese"
10 - "Teddy Picker"
11 - "Dancing Shoes"
12 - "Why'd You Only Call Me When You're High?"
13 -"Cornerstone"
14 - "505"
15 - "Tranquility Base Hotel + Casino"
16 - "Crying Lightning"
17 - "Pretty Visitors"
18 - "Four Out of Five"
Bis:
19 - "Star Treatment"
20 - "Arabella"
21 - "R U Mine?"

Qual é o horário do show?

No Lollapalooza, o Arctic Monkeys é a principal atração do primeiro dia de festival, na sexta-feira, 5. O show será realizado das 21h às 22h45, no Palco Budweiser, o maior dos quatro erguidos no Autódromo de Interlagos.

4ª vez no Brasil

Essa será a quarta vez do Arctic Monkeys no País. Antes disso, eles vieram em 2007 (para São Paulo e Curitiba), 2012 (no Lolla de São Paulo) e 2014 (São Paulo e Rio de Janeiro).

Onde é o Lollapalooza 2019?

Desde 2014, o Lollapalooza  Brasil é realizado no Autódromo de Interlagos, na zona sul da cidade. Confira, aqui, um "guia de sobrevivência" do festival, com 20 melhores dicas para aproveitar ao máximo os três dias de música.

Ainda tem ingresso?

O ingresso para um dia de festival, o chamado Lolla Day, custa R$ 800 (as opções mais baratas, como meia-entrada ou ingresso social já estão esgotadas).

Também é possível comprar tipo Lolla Pass, que dá acesso aos três dias. O segundo lote das entradas tem preços que vão de de R$ 900 (meia-entrada) a R$ 1.800 (inteira).

Também são vendidos ingressos do tipo Lolla Lounge Pass, igualmente válidos para os três dias de festival, com acréscimo de ar acesso ao acesso ao lounge, com valores que vão de R$ R$ 2.460 (meia-entrada) e R$ 3.450 (inteira, segundo lote).

Eles farão mais shows no Brasil?

O primeiro show do Arctic Monkeys na nova turnê no Brasil será no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 3, dois dias antes da estreia O Arctic Monkeys faz outro show no Brasil. Eles se apresentam nesta quarta-feira, 3, na Jeunesse Arena, às 21h. Os ingressos custa de R$ 320 a R$ 580.