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Assédio em Hollywood: atriz de Grace & Frankie diz que vítimas de Harvey Weinstein só foram ouvidas por serem “brancas e famosas”

Repercussão do caso cresce diariamente e causou mudança nos “códigos de conduta” do Oscar

Rolling Stone EUA/Redação Publicado em 27/10/2017, às 16h12 - Atualizado às 16h32

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Jane Fonda - AP
Jane Fonda - AP

Durante uma entrevista recente no programa All In With Chris Hayes, Jane Fonda (Grace & Frankie) opinou sobre a exposição das acusações de assédio contra o produtor Harvey Weinstein.

“Parece que algo mudou”, disse. “E é muito ruim que isso esteja acontecendo provavelmente porque muitas das mulheres que foram atacadas por Harvey Weinstein são famosas, brancas e conhecidas por todo mundo. Mulheres negras passam por isso há muito tempo e os casos nunca ganharam tanta repercussão.”

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A longa lista de mulheres que acusou Weinstein de assédio sexual inclui Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Rose McGowan, Ashley Judd, Lupita Nyong’o e, mais recentemente, a atriz norueguesa Natassia Malthe. No último mês de março, Jane revelou durante uma entrevista com Brie Larson que ela foi estuprada e sexualmente abusada.

“Eu fui estuprada, abusada sexualmente quando criança e fui demitida por não dormir com o meu chefe”, afirmou. “Sempre pensei que fosse minha culpa, por não ter feito ou dito a coisa certa.”

Oscar

A repercussão do caso, que ganha novos depoimentos a cada dia, fez com que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas apresentasse novos códigos de conduta para os membros do Oscar. Dawn Hudson, CEO da organização, informou as mudanças em um comunicado nesta sexta, 27.

“Assim como você, o Conselho dos Governadores [responsável pela visão estratégica da Academia] está preocupado com o assédio sexual e o comportamento predatório no local de trabalho, especialmente na nossa indústria. Acreditamos que seja nossa obrigação garantir uma atmosfera respeitosa e segura para os profissionais”, afirmou.

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“Até agora, estamos tomando cuidados para estabelecer um código de conduta aos nossos membros, o que irá incluir uma política para avaliar as alegadas violações e determinar se a ação em relação à adesão é justificada”, continuou.

“Estamos consultando especialistas em leis e ética para ter um melhor entendimento do que mais podemos e deveríamos fazer. Apesar de não termos a intenção de funcionar como um corpo investigativo, temos o direito e obrigação como uma associação voluntária de manter padrões limpos de conduta no ambiente de trabalho para aqueles que aceitamos como membros.”

Weinstein foi expulso da Academia em 14 de outubro, nove dias após o The New York Times publicar a reportagem que expôs as acusações contra o magnata. Antes dele, apenas o ator Carmine Caridi (O Poderoso Chefão II) havia passado pela mesma situação, acusado de emprestar filmes vencedores do Oscar para o mercado da pirataria.