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Autoramas celebra 20 anos e ganha homenagem de 41 bandas independentes com disco duplo; ouça

Célebre na história do rock alternativo, com hits como "Aquela" e "I Saw You Saying (That You Say That You Saw)", banda lançou novo álbum de inéditas e se prepara para tocar no Lollapalooza 2019

Pedro Antunes Publicado em 07/12/2018, às 10h00

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Autoramas, em formação estabelecida em 2016 (Foto: Paulo Aguiar)
Autoramas, em formação estabelecida em 2016 (Foto: Paulo Aguiar)

Contador de histórias, Gabriel Thomaz, líder do Autoramas, banda criada por ele em 1998, pode passar horas ao seu lado, entre narrativas sobre o mundo indie, a cena underground, altos e baixos, vida na estrada, fitas cassetes, quadrinhos e tudo mais. Pode também contar os causos sobre fitas cassetes, seus discos, desde os tempos do Little Quail And The Mad Birds, banda veio antes dos Autoramas.

O fato é que Thomaz vive a música no seu limite, incansávelmente, lançando disco após disco. Por isso, não é tão estranho pensar que uma banda criada em 1998 receba uma homenagem, um álbum de versões - 30 anos de existência é a idade mínima para receber tributos, dizem alguns. Autoramas viveu 20, mas bem que parecem uns 40, de tanto que rodaram por aí.

Viajaram para o exterior quando isso ainda não era uma realidade comum para as bandas indies: foram 47 viagens para fora das nossas fronteiras, em 23 países diferentes. Inclusive lançaram Libido, um sétimo e efervescente álbum de estúdio, indicado como um dos melhores álbuns do ano, segundo a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) - isso sem mencionar os inúmeros compactos, acústicos, DVDs, coletâneas, etc.

Ufa. Sim, o Autoramas merece uma homenagem.

E, com o trabalho de Rafael Chioccarello (Hits Perdidos) e Débora Cassolatto (Debbie Records), ganha vida a coletânea A 300 KM Por Hora, lançada nesta sexta-feira, 7, com exclusividade na Rolling Stone Brasil.

Prepare-se, porque os números são superlativos aqui: são 41 bandas ou artistas independentes, de 11 estados do País, que participam desse discaço duplo (ouça-os nos playler abaixo).

São ritmos, gêneros, velocidades, sotaques distintos ao longo dessas 41 faixas, do stoner rock ao brega, passando por funk e shoegaze. Trata-se de uma coletânea para se mergulhar com os ouvidos abertos: a próxima música pode ser muito diferente da anterior.   

O que faz sentido também, já que o Autoramas flerta com a new wave, o garage rock, o rockabilly, o punk, a Jovem Guarda e o que mais aparecer.

Com isso, participam da celebração, músicos como Marcelo Callado, Nevilton e China, mas também bandas instrumentais, como é o caso da ótima Camarones Orquestra Guitarrística (a versão deles para "Domina" é deliciosa).

Surgem ali nomes novos, outros tradicionais do rolê independente. Cada um emprestando sua cara ao Autoramas. "Tudo Bem", pelo Nevilton, ganha uma vibe acústica, mas ainda veloz. Venus Café trouxe mais sujeira para "I Saw You Saying (That You Say That You Saw)" e trocou a personagem principal: Madonna sai de cena e entra Lady Gaga.

Carbona e Nervoso fazem "Carinha Triste" correr, o TheeButtlersOrchestra leva "Deus Me Deu Um Cérebro" a vagar por ambientes mais lisérgicos, e MonstroMonstro faz "Sonhador" soar mais dramática, com uns quilos de distorção a mais.

Também valia desconstruir as canções, da cabeça aos pés. É o que fazem Old Books Room, com a delicinha "Abstrai", e Emicaeli, com o hit "Aquela".  

A lista completa de participantes da "A 300 KM Por Hora" está aqui:

China, Nevilton, Camarones Orquestra Guitarrística, Marcelo Callado, Der Baum, Carbona (Part. Nervoso), Emicaeli, Combover, Bordines, Fábio Cardelli, Luiz Lopez, Estranhos Românticos, De Leve, Sammliz, Cattarse, Early Morning Sky, Nada em Vão, Gilber T, Paquetá, Asteroides Trio, Melvin & Os Inoxidáveis,Burt Reynolds, Emerald Hill, Venus Café, Muff Burn Grace (Part. Dani Buarque - The Mönic), Guantas, Cachalote Fuzz, Stone House On Fire, Phantom Powers, Fones, Alterego, Letty and the Goos, Color For Shane, Thee Buttlers Orchestra, Old Books Room, Pedroluts, Orione Trio, Madame Rrose Sélavy, MonstroMonstro, Greyskull Chapel e Tripa Sexy.

Lançado em parceria com o selo paulistano Aurora Discos, o álbum duplo foi masterizado por Aecio de Souza, do Estúdio Aurora, tem a arte da capa assinada por Pedro Gesualdi (do Danger City), quem colaborou em outros tributos e distribuiç!ao pela Ditto Music.

A 300 KM Por Hora é  terceira coletânea organizada pelo Hits Perdidos, que já prestou homenagens aos 30 anos do disco Cabeça de Dinossauro, dos Titãs,  com O Pulso Ainda Pulsa, e O Mundo Ainda Não Está Pronto, que celebrava os 25 anos do Pato Fu.

É bom lembrar que Gabriel Thomaz organiza uma premiação própria, chamado Prêmio Gabriel Thomaz de Música Brasileira, e será realizado nesta sexta-feira, 7, na Associação Cultural Cecília, no centro de São Paulo (mais informações aqui).

Agora, vamos aos dois discos de A 300 KM Por Hora. É possível ouvir no Soundcloud (nos player abaixo) ou no seu serviço de streaming preferido (escolha aqui)

Disco 1: 

Disco 2: