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SWU 2011: um balanço do que aconteceu no festival

Relembre os fatos mais importantes dos três dias do evento, que nesta edição foi realizado em Paulínia, interior de São Paulo

Redação Publicado em 15/11/2011, às 15h17 - Atualizado em 21/12/2011, às 20h58

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SWU - Ricardo Ferreira/Divulgação
SWU - Ricardo Ferreira/Divulgação

Após três dias, chegou ao fim na madrugada desta terça, 15, a segunda edição do SWU. Realizado pela primeira vez em Paulínia, interior de São Paulo, o evento trouxe em seu line-up os headliners Black Eyed Peas, Lynyrn Skynyrd, e Faith No More e, ainda, atrações como Alice in Chains, Kanye West, Snoop Dogg, Stone Temple Pilots, Megadeth, Duran Duran e Hole. Houve ótimos shows, outros nem tanto, brigas, um cancelamento e algumas surpresas.

O sábado, 12, correu bem, quase sem nenhum atraso, e foi marcada pelo sol forte. A área onde acontece o festival, o Parque Brasil 500, é um descampado enorme quase sem nenhuma sombra, o que fez com que o grande vilão do primeiro dia fosse o calor forte.

Veja fotos e saiba com detalhes como foram os principais shows do SWU.

Em termos de shows, o primeiro dia teve como sua grande atração o Black Eyed Peas, que fez um show bastante longo e que teve como destaque a repetição por parte dos membros da expressão “Black Eyed Peas forever” (“Black Eyed Peas para sempre”) – uma forma de desmentir boatos de que o grupo estaria prestes a acabar. O show encerrou a primeira noite do SWU, que contou com 60 mil pessoas, quase às 2h, ao som do megahit “I Gotta Feeling”.

Esse primeiro dia ainda teve uma apresentação comprida de Kanye West, que caprichou na megalomania: pirotecnia, dançarinas e épicos de 15 minutos marcaram a performance. O também norte-americano Snoop Dogg, horas antes, surpreendeu com uma versão da música “Minha Fantasia” (uma versão para “It Ain'T Over Til It's Over”, de Lenny Kravitz), do grupo brasileiro de pagode “Só Pra Contrariar”.

Enquete: qual foi o melhor show internacional do SWU?

O domingo, 13, segundo dia de festival, sem dúvidas foi o mais cheio de acontecimentos - mas foi também o menos "populoso", com 45 mil pessoas. A chuva pesada que caiu sobre Paulínia gerou uma série de atrasos e até brigas entre roadies por causa de tempo em cima do palco. A confusão da noite começou com o show do Ultraje a Rigor. A performance deles foi atrasada por mais de duas horas por causa da questão climática. Quando teve início, mais problemas: o vocalista Roger se demonstrou indignado com a equipe de produção de Peter Gabriel, artista internacional que se apresentaria ao lado da New Blood Orchestra depois dele e queria que a banda liberasse logo o palco. O desentendimento terminou em agressão física entre os roadies das equipes, nos bastidores. “A gente já fica com o som pior, e ainda vem artista gringo cagar na nossa cabeça”, disse ele. Não só houve a confusão com a equipe de Gabriel (que posteriormente ligou para Roger e pediu desculpas), como o imbróglio envolveu Chris Cornell, outra das atrações da noite. Tudo porque Roger apelidou um de seus roadies com o nome do líder do Soundgarden por causa da semelhança física entre os dois - e agradeceu o roadie no palco, levando o público a crer, erroneamente, que ele estava tendo problemas com a equipe de Cornell. Mesmo com toda a confusão, o Ultraje conseguiu fazer um show bem divertido, com direito a clássicos da banda como “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, "Zoraide" e "Ciúme".

Paralelamente, um problema na chegada dos equipamentos do Modest Mouse fez com que o grupo cancelasse sua apresentação no festival.

Chris Cornell (o original), depois de toda a briga, subiu ao palco para mostrar versões acústicas de músicas de sua carreira solo, do Audioslave, Temple of the Dog e Soundgarden. Foi um show que agradou grunges de velha guarda. Ele conseguiu segurar a atenção de um público de festival apenas com a voz, o violão e alguns dos maiores hits de carreira.

Mais tarde, Peter Gabriel fez um show alheio a tudo que havia acontecido nos bastidores e durante a apresentação do Ultraje. A performance foi marcada por ativismo e discursos em português do ex-vocalista do Genesis, que nesse show apresenta versões orquestrais de suas canções. Uma homenagem comovente de Gabriel ao pai, que completará cem anos de idade em abril de 2012, também fez parte da noite.

O Duran Duran foi muito bem recebido pelo público, especialmente com a execução das faixas “All You Need Is Now”, “Notorius”, “Hungry Like the Wolf” e “Rio”. Já o headliner Lynyrd Skynyrd, que conta apenas com um integrante original, investiu nos clássicos. Os sucessos “Sweet Home Alabama” e “Free Bird” (com 12 minutos de duração), para alegria dos fãs, ficaram a cargo do encerramento catártico da apresentação.

Enquanto tudo isso acontecia nos palcos principais, a sempre imprevisível Courtney Love comandou um show que marcou muito mais pelas falas dela do que pelas músicas do Hole – mas que, graças ao dom de entertainer da cantora, foi um grande evento. Ela fez piadas, brigou com uma pessoa da plateia, usou um batom que pediu emprestado ao público, e, ainda, uma camiseta feita por fãs com os dizeres “Courtney Be My Bitch”. Isso sem contar quando alfinetou Dave Grohl (Foo Fighters) e Billy Corgan (Smashing Pumpkins).

O terceiro dia de SWU, ainda mais chuvoso que o domingo, foi encerrado por uma apresentação insana do Faith no More. O vocalista Mike Patton fez de tudo: falou e cantou em português, operou uma câmera de TV, tomou um banho de cerveja e regeu um coral infantil. Além, claro, de cantar. A noite contou ainda com Alice in Chains, em um dos melhores shows do festival. William DuVall, o vocalista de timbre semelhante ao do falecido Layne Staley, provou dar conta da responsabilidade de cantar clássicos da banda, enquanto o guitarrista Jerry Cantrell se mostrou emocionado com a receptividade do público brasileiro. Logo antes do Alice in Chains, o Stone Temple Pilots ocupou o holofote e mostrou uma performance com bem mais entrosamento do que a realizada pela banda no Brasil no ano passado. Faixas como “Crackerman”, “Wicked Garden”, “Plush” e “Sex Type Thing” integraram o set list.

Ao longo do dia, o Primus fez um show marcado pelas bizarrices, e agradou. O Simple Plan levou o público mais jovem ao New Stage e encerrou as atividades do palco menor do SWU. Durante o show, presentearam uma fã com um baixo e demonstraram muita simpatia para com os fãs. O Megadeth, novamente no Brasil, também agradou bastante nessa última noite de SWU. O show de uma hora de duração foi encerrado, como de praxe, com "Holy Wars... The Punishment Due", do disco Rust in Peace (1990), provavelmente a faixa mais famosa da trajetória do Megadeth.

E, por fim, mais cedo, o Sonic Youth, em um possível show de despedida - já que os integrantes principais, Thurston Moore e Kim Gordon, anunciaram em outubro que estavam se divorciando e que o futuro da banda era incerto - mostrou mais uma vez sua piração sonora e encerrou o show com Thurston desejando se apresentar mais vezes para o público brasileiro.

Problemas e SWU 2012

Muitos dos problemas da edição 2010 do SWU, realizada em Itu, foram resolvidos, como a acessibilidade e as filas nas lanchonetes e banheiros - mas outros surgiram, como o atolamento de carros no estacionamento devido à chuva. Em uma entrevista coletiva de imprensa, os organizadores Eduardo Fischer e Caco Lopes falaram sobre a edição 2011 do festival, rebateram as críticas e afirmaram no ano que vem o evento deve acontecer em setembro e outubro. Saiba mais aqui.

Abaixo, você lê a cobertura completa do SWU.