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Baterista do Pink Floyd faz comparação entre a saída de Roger Waters da banda e a morte do líder russo Stalin

“Levou um tempo para [nos recuperarmos], foi um período de três a quatro anos”, diz Nick Manson

Redação Publicado em 25/10/2014, às 12h10

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A cozinha original do Pink Floyd: o baixista Roger Waters e o baterista Nick Mason - Mats Andersson/AP
A cozinha original do Pink Floyd: o baixista Roger Waters e o baterista Nick Mason - Mats Andersson/AP

Em entrevista para a matéria de capa da próxima edição da revista britânica Mojo, o baterista do Pink Floyd, Nick Mason, comparou a saída do baixista – e principal compositor – Roger Waters da banda, em 1985, com a morte do líder russo Josef Stalin. “Deve ter sido como quando Stalin morreu”, disse. “Levou um tempo para [nos recuperarmos], foi um período de três a quatro anos”.

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“Roger achou que nós iríamos encerrar a banda”, lembra-se o baterista sobre o dia em que Waters contou que queria deixar o grupo, no meio de um encontro em um restaurante japonês, em 1984. “Mas o que acontece é que essas pessoas ligeiramente desequilibradas são grandes artistas. Se não tivéssemos encontrado o ‘louco’ Syd e o ‘louco’ Roger, nós, talvez, estaríamos fazendo [músicas como] ‘Chirpy Chirpy Cheep Cheep’”.

No próximo dia 10 de novembro, Mason lança, junto ao guitarrista e vocalista David Gilmour, o novo disco de inéditas da banda, The Endless River. O primeiro álbum do Pink Floyd em 20 anos conta com faixas revitalizadas da época de Division Bell (1994), com Mason, Gilmour e o tecladista Rick Wright, que morreu em 2008.

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Recentemente, Waters – que deixou o grupo de forma ruidosa em 1985 e processou os antigos companheiros porque queria continuar usando o nome – publicou um desabafo no Facebook para relembrar que, por mais que o Pink Floyd esteja lançando o primeiro disco em 20 anos, ele não tem nada a ver com isso.

“Algumas pessoas estão perguntando para Laurie, minha esposa, sobre o novo disco que eu vou lançar em novembro”, escreveu Waters. “Como é? Eu não tenho um novo disco. Elas estão confundindo tudo. David Gilmour e Nick Mason tem um álbum para lançar. Se chama Endless River. David e Nick são o Pink Floyd. Eu não estou no Pink Floyd. Eu deixei o Pink Floyd em 1985, há 29 anos. Eu não tenho nada com os discos de estúdio do Pink Floyd desde então, como Momentary Lapse of Reason e The Division Bell, ou com as turnês da banda de 1987 e 1994, assim como com Endless River.

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Waters perdeu o processo para ter o direito de usar o nome da banda em 1987 e, no mesmo ano, o Floyd lançou A Momentary Lapse of Reason. Nas últimas décadas, o músico tem revisitado o passado da banda. Em julho de 2005, Waters, Mason, Gilmour e o tecladista Rick Wright se apresentaram como Pink Floyd pela primeira vez em quase 25 anos, durante o Live 8, em Londres. Waters armou turnês solo executando discos clássicos do grupo, como Dark Side of the Moon e The Wall, na íntegra, e se reuniu com Gilmour e Mason em Londres, em 2011.

“É uma pena, mas é o fim”

The Endless River, o primeiro disco do Pink Floyd desde The Division Bell (1994), será também o último da banda, como confirma David Gilmour. “Creio que comandamos com sucesso o melhor que há. Suspeito isso”, diz Gilmour sobre o futuro do Pink Floyd. Em entrevista à BBC 6 Music, Gilmour acrescenta: “É uma pena, mas é o fim”. The Endless River chega às lojas em 10 de novembro.

The Endless River é um fluxo contínuo de música que cresce gradualmente por quatro partes separadas durante 55 minutos”, diz o guitarrista. “Há, de certa forma, uma continuação do álbum Division Bell, sendo a última frase de Division Bell ‘the endless river’ – ‘the endless river forever and ever’ no fim da canção ‘High Hopes’”. Para o lançamento, Gilmour e o baterista Nick Mason revisitaram e retrabalharam no que sobrou das sessões de estúdio de Division Bell como forma de homenagear o tecladista Rick Wright, que morreu em 2008.

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“O único conceito é o conceito de eu, Rick e Nick estarmos tocando juntos da maneira que fizemos no passado, mas esquecemos que fizemos, e foi instantaneamente familiar”, diz Gilmour. Mason acrescenta, “Acho que Rick ficaria animado. Penso que este disco é uma boa maneira de reconhecer a dimensão do que ele fez. O elemento mais significativo foi, sinceramente, ouvir o que Rick fez, porque, ter perdido Rick, lembrou-nos do quão especial ele era como músico”.

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The Endless River ainda traz contribuições do físico Stephen Hawking, cuja “voz” aparece na faixa “Talkin’ Hawkin’” duas décadas depois de ele ter falado em “Keep Talkin’”, de Division Bell, além das composições de Anthony Moore e Samson. O quarteto de cordas Escala também aparece em “Louder Than Words”. Phil Manzanera, guitarrista do Roxy Music, ajudou a produzir o álbum.

Assista ao vídeo abaixo.

Ouça abaixo os teasers com prévias de músicas de The Endless River já divulgados pela banda.

Tracklist de The Endless River:

Lado 1

1 – “Things Left Unsaid”

2 – “It’s What We Do”

3 – “Ebb and Flow”

Lado 2

1 – “Sum”

2 – “Skins”

3 – “Unsung”

4 – “Anisina”

Lado 3

1 – “The Lost Art of Conversation”

2 – “On Noodle Street”

3 – “Night Light”

4 – “Allons-y (1)”

5 – “Autumn’68”

6 – “Allons-y (2)”

7 – “Talkin’ Hawkin'”

Lado 4

1 – “Calling”

2 – “Eyes To Pearls”

3 – “Surfacing”

4 – “Louder Than Words”