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Bob Dylan mostra pessimismo em nova e rara entrevista: ‘Na beira da destruição’

O ícone do folk falou sobre a morte de George Floyd, a pandemia de covid-19 e os riscos da tecnologia

Redação Publicado em 16/06/2020, às 07h59

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Bob Dylan (foto: Chris Pizzello/AP)
Bob Dylan (foto: Chris Pizzello/AP)

Bob Dylan revelou estar pessimista em relação ao futuro. O ícone da música folk interrompeu o longo hiato de entrevistas, o qual mantinha desde 2016 - com exceção da vez em que concedeu um depoimento para o próprio site -,  e conversou o The New York Times

Um dia após a morte de George Floyd em Minnesota, o mesmo estado em que Dylan nasceu, o cantor lamentou a morte do novo mártir da luta contra o racismo e a luta policial da mesma forma que achou “horrorosa” a perda de Little Richard, segundo informações do Estado de S.Paulo, que traduziu o texto original. 

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Ao falar sobre a pandemia de coronavírus, Dylan afirmou que a doença talvez seja um indício de que “algo a mais” está por vir. O cantor também revelou acreditar que podemos estar “na beira da destruição”.

“É uma invasão, com certeza, e é generalizada, mas bíblica? Você quer dizer algum tipo de sinal de alerta para as pessoas se arrependerem de seus erros? Isso implicaria que o mundo está para receber algum tipo de punição divina”, disse o músico.

“A arrogância extrema pode ter penas desastrosas. Talvez estejamos na beira da destruição. Existem várias maneiras de pensar sobre esse vírus. Eu acho que temos que deixar ele seguir seu curso”.

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Dylantambém falou sobre as inspirações dele para compor as canções do disco Rough and Rowdy Ways, o qual será lançado no dia 19 de junho. Contudo, o músico chamou atenção ao falar sobre como enxerga o mundo de hoje, com todas as tecnologias e opiniões invictas dos mais jovens.

“Definitivamente, há muito mais ansiedade e nervosismo agora do que costumava existir. Mas isso só se aplica a pessoas de uma certa idade como eu e você”, disse Dylanpara o repórter. “Temos a tendência de viver no passado, mas isso somos nós. Os jovens não têm essa tendência. Eles não têm passado, então tudo que sabem é o que veem e ouvem, e eles acreditam em qualquer coisa.”

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Ele continuou: “Daqui a 20 ou 30 anos, eles estarão na vanguarda. Quando você vê alguém com 10 anos, ele estará no controle em 20 ou 30 anos, e ele não terá ideia do mundo que conhecíamos. Os jovens que estão na adolescência agora não têm memórias suficientes para se lembrar. Então provavelmente é melhor entrar nessa mentalidade o mais rápido possível, porque essa será a realidade”. 

O músico ainda falou sobre a tecnologia e os risco que ela proporciona: “No que diz respeito à tecnologia, ela torna todos vulneráveis. Mas os jovens não pensam assim. Eles não poderiam se importar menos. Telecomunicações e tecnologia avançada são o mundo em que nasceram. O nosso mundo já está obsoleto”.


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