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“No primeiro Rock in Rio, eu e minha mulher dormimos na rodoviária”, relembra Fê Lemos

Baterista do Capital Inicial relembra a trajetória da banda em paralelo ao festival; grupo faz show no Palco Mundo neste sábado, 24

Stella Rodrigues Publicado em 23/09/2011, às 11h09 - Atualizado às 11h29

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Capital Inicial - Foto: Divulgação
Capital Inicial - Foto: Divulgação

Falando à Rolling Stone Brasil, Fê Lemos (na foto, o terceiro da esquerda para a direita), baterista do Capital Inicial, não consegue desassociar a trajetória da banda, seu altos e baixos, ao histórico de suas participações no Rock in Rio. Veja abaixo o depoimento do músico sobre a relação da banda com o festival:

1991

“Essa é nossa terceira vez no Rock in Rio, a primeira foi em 1991, quando rolou no Maracanã. O que marcou dessa apresentação é que ela aconteceu em um momento nosso particularmente conturbado. Tínhamos acabado de mudar de gravadora e a banda já estava com um clima ruim, internamente. Então, me lembro que sentimos uma ansiedade ruim, estávamos inseguros com o futuro e isso refletiu no show.”

2001

“Na nossa segunda experiência, foi tudo o oposto. Tínhamos acabado de lançar o Acústico MTV, que foi um sucesso avassalador. A banda estava focada em retomar a carreira e muito disposta a aproveitar essa oportunidade. Dessa vez, a ansiedade era muito boa. Foi interessante que uma semana antes desse Rock in Rio, estávamos tocando um show acústico, com violões e banquinhos. E tivemos um insight de que não daria para fazer isso em um palco como o do festival. Em cima da hora, fizemos dois ensaios com guitarras. Foi sensacional, muita gente achou o melhor show da noite, o que nos deixou muito lisonjeados, afinal, Red Hot Chili Peppers tocou naquele dia! Lembro de pisar no palco e gritar de emoção ao ver aquele mar de gente.”

2011

“Vamos para o terceiro Rock in Rio da carreira, novamente em um momento muito bom, de resgate da nossa sonoridade. A banda se reencontrou depois do acidente do Dinho [Ouro Preto, vocalista e guitarrista] e estamos vindo de dois anos muito bons de shows pelo Brasil todo. Nesses dez anos entre os dois festivais, lançamos cinco discos de estúdio e dois projetos especiais, o repertório está renovado, assim como o público. E a apresentação também em evoluiu, especialmente em termos de visual e tecnologia.”

1985

“No primeiro Rock in Rio, participamos apenas como telespectadores. Tínhamos acabado de nos mudar para São Paulo, a banda estava saindo de Brasília e começando a engrenar. Lembro que eu e minha mulher, na época, dormimos na rodoviária. Éramos duros, não tínhamos dinheiro para hotel e acabaram os ônibus. Chegamos ao amanhecer na rodoviária, deitamos no gramado e não tivemos dúvidas: dormimos.”

O peso do rótulo Rock in Rio

“O Rock in Rio é internacional, o maior festival do Brasil e um dos maiores do mundo. Você divide palco com atrações que são destaque em seus gêneros. Você tem que mostrar a que veio. Está ali sendo julgado pelos seus pares, está tocando em uma das cidades mais cosmopolitas do planeta e com um casting de primeira. É uma responsabilidade.”

Atrações nacionais vc. internacionais

“Nesses 25 anos que se passaram, as atrações nacionais passaram a ser tratadas da mesma forma que as internacionais. Houve um amadurecimento do mercado brasileiro e um reconhecimento por parte dos empresários de que a plateia gosta das atrações brasileiras. Mas existe mesmo uma hierarquia, são ícones reconhecidos no mundo todo que estão vindo, é normal terem esse destaque.”

Palco e estrutura de 2011

“Vi algumas imagens pela televisão. E quando fizemos trabalhos de mídia para o Rock in Rio, há alguns meses, vimos todo o material publicitário e, realmente, o palco é uma coisa magnífica, deverá ser um festival inesquecível.”

Quando o artista vira fã

“Quero muito ver o Elton John e o Red Hot. E adoraria ficar a semana toda no Rio para ver os outros shows, mas estamos com compromissos durante a semana toda. Eu gostaria muito de circular pelo lugar e ficar curtindo, mas a agenda não deixa.”