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Carnaval indie

Regada a metais, 2ª noite do Rec Beat é do Móveis Coloniais de Acaju

Carolina Requena, enviada ao Recife* Publicado em 04/02/2008, às 20h54 - Atualizado em 07/02/2008, às 19h31

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Exemplares dos metais saltitantes do Móveis - Costa Neto/divulgação
Exemplares dos metais saltitantes do Móveis - Costa Neto/divulgação

O Marco Zero, a algumas esquinas do Rec Beat, tinha a anfitriã Nação Zumbi. Mas cerca de dez mil pessoas foram ao Cais da Alfândega ver Móveis Coloniais de Acaju. E cantar os "hits indies" da banda brasiliense. E ficar debaixo de uma chuva grossa (e passageira) pra fazer roda em volta do vocalista, André Gonzales, que, não resistindo ao carinho da muvuca, desceu do palco para puxar um coro de "Se Essa Rua", às mais de duas da madrugada.

Depois de uma primeira noite encerrada por um show que vai ficar para a história do Recife e dos punks do Devotos, que comemoram seus 20 anos (mais, aqui), o Móveis promoveu outro tipo de apoteose - não menos digna de quem fecha uma noite de shows.

Os metais do combo brasiliense - e sua correria típica pelo palco - casaram com o clima carnavalesco, tanto da cidade quanto do line-up da noite. E o coro do público, engrossado por adolescentes, confirmou a popularidade da banda, que abriu o show com "Esquilo Não Samba", apresentou a nova "Seria o Rolex?" - que as pessoas já sabiam cantar -, e arrematou a apresentação com "Voltei, Recife", antes do banho de chuva.

Noite pra chacoalhar

A noite começou com a cantora pernambucana Isaar cantando borboletas, janelas e praias e pilotando chacoalhos e um bumbo, já pondo o povo para dançar; abrindo a segunda noite de shows, Isaar conseguiu mais platéia do que seus conterrâneos do Ramma Seca, do sábado.

Em seguida subiu ao palco a Orquestra Contemporânea de Olinda, que se privilegiou do clima de folia, privilegiando o frevo e o pé de serra com seus vigorosos metais e percussão. O hit "Sereia" amarrou o show.

Marina de la Riva, a terceira da noite, queria falar com Pernambuco de qualquer jeito. Vestindo um longo branco, uns dez centímetros de salto e duas orquídeas frescas presas ao cabelo ("Gente, eu trouxe sete de SP, na mão!"), a cantora carioca, filha de cubano, ajudou muita gente a arrumar um par na rua apelando para canções carnavalescas como "Taí". Com pose flamenca e a voz favorecida pelas canções em espanhol (capricho em "La Caminadora"), a cantora relaxou somente da metade do show pra frente, mandando ainda "Sonho meu" e agradecendo sua excelente banda, que contribuiu para a noite de metais.

Depois do namoro de Marina com o público, o trio de música eletrônica boTECOeletro ficou em maus lençóis, permanecendo distante da vibração carnavalesca da noite. Nem a repetição da frase "rios, pontes e overdrives, impressionantes esculturas de lama" (Nação Zumbi), resgatou a platéia, na saideira.

Na noite desta segunda-feira, 4, apresentam-se Trio Pouca Chinfra e a Cozinha, Metaleiras da Amazônia, Fino Coletivo & Davi Moraes, Chris Murray & Firebug, e a banda chilena Panico.

*Viagem a convite da Prefeitura do Recife