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Chico Buarque entra no debate da proibição das biografias, critica biografia de Roberto e é rebatido por autor

O biógrafo Paulo César de Araújo desmentiu a acusação de Chico, de que nunca teria concedido uma entrevista para o livro proibido Roberto Carlos em Detalhes

Redação Publicado em 16/10/2013, às 19h41 - Atualizado em 17/10/2013, às 08h58

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Chico Buarque - Divulgação / Mariana Vianna
Chico Buarque - Divulgação / Mariana Vianna

Todo o debate que envolve a proibição de biografias não autorizadas ganhou um novo desfecho na manhã desta quarta-feira, 16, quando Chico Buarque, integrante do coletivo de Procure Saber, formado ainda por que reúne nomes como Roberto Carlos, Caetano Veloso, Djavan e Milton Nascimento e a empresária Paula Lavigne, publicou um artigo no jornal O Globo. Nele, Chico se posicionou contra a publicação dos livros que retratam a vida de pessoas públicas sem autorização prévia delas ou da família. Ele ainda criticou o autor de Roberto Carlos em Detalhes, livro que teve a circulação proibida, ao afirmar que não concedeu a entrevista citada na obra.

Músicos se posicionam contra biografias não autorizadas

“Pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal. Parece que não”, escreveu o cantor e compositor carioca, defendendo a proibição da venda do livro de Paulo César de Araújo. “Também me disseram que sua biografia é a sincera homenagem de um fã. Lamento pelo autor, que diz ter empenhado 15 anos de sua vida em pesquisas e entrevistas com não sei quantas pessoas, inclusive eu. Só que ele nunca me entrevistou.”

Chico ainda alegou ter sofrido censura por parte da TV Globo durante os anos 70. “Foi além da Censura, [a emissora] proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor”, escreveu ele.

Biógrafo rebate as críticas

Paulo César de Araújo decidiu responder Chico, ao ser citado no texto. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele não só rebateu o que foi dito pelo compositor carioca como indicou afirmou ter provas de que a entrevista de fato ocorreu. “Como foi uma pesquisa de 15 anos, comecei o projeto em 1990, entrevistando quase 200 pessoas”, disse ele. “A de Chico, como tantas outras, foi filmada e também está registrada em fotos. Ele se esqueceu de que me deu aquela entrevista”.

De acordo com o autor, a entrevista foi realizada no dia 30 de março de 1992, na casa do cantor, na Gávea, no Rio de Janeiro. Um vídeo que mostra trechos do papo, com Chico e Paulo César dividindo um sofá, inclusive, já foi publicado pelo jornal O Globo. A biografia teve edição e venda proibidas em 2007, após ações dos advogados de Roberto Carlos.

Começo de tudo

No início de outubro, no dia 5, Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Djavan e Erasmo Carlos se juntaram à causa de Roberto Carlos, que é contra a publicação de biografias não autorizadas. O grupo fundou o grupo Procure Saber, presidido pela produtora e empresária Paula Lavigne, cuja intenção é batalhar para que seja mantida a exigência de autorização prévia para a comercialização dos livros.

Anteriormente, Roberto Carlos havia tirado das lojas livros que contavam sobre sua vida sem permissão (leia mais aqui).

A notícia causou polêmica nas redes sociais e a Anel (Associação Nacional dos Editores de Livros) se opõe à essa posição, tendo até já movido uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, no Supremo Tribunal Federal, questionando os dois artigos do Código Civil que impedem que uma obra seja publicada sem autorização expressa dos sujeitos biografados ou de seus herdeiros. A Anel defende que isso fere a liberdade de expressão e o direito à informação.