Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Chucho Valdés e Hamilton de Holanda abrem o festival Telefônica Sonidos 2011

O evento, dedicado a promover encontros entre artistas latinos, reuniu o pianista cubano e o bandolinista brasileiro no palco para duas horas de jazz com influências africanas

Stella Rodrigues Publicado em 25/08/2011, às 10h33 - Atualizado às 11h30

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Chucho Valdés abriu o Telefônica Sonidos 2011 - Foto: Fernando Hiro/Divulgação
Chucho Valdés abriu o Telefônica Sonidos 2011 - Foto: Fernando Hiro/Divulgação

Um artista brasileiro mais um outro latino em um mesmo palco, se encontrando pela primeira vez. Essa é, em linhas gerais, a proposta do festival Telefônica Sonidos, cuja edição de 2011 teve início na noite da última quarta, 24, no Jockey Club de São Paulo. Para dar o pontapé inicial, dois músicos reconhecidos como grandes mestres de seus instrumentos subiram ao palco Jazz Latino na ocasião: o cubano Chucho Valdés – filho do também lendário pianista Bebo Valdés - e seu convidado, o brasileiro Hamilton de Holanda, bandolinista desde os 5 anos de idade.

A apresentação começou com quase meia hora de atraso (eram quase 22h quando Chucho subiu ao palco). Enquanto o show não começava, o público ocupava um lounge externo – aberto para todos, sem necessidade de ingresso – onde filmes eram exibidos e jazz ao vivo saía das caixas de som, tudo de graça. Ao subir para o show, inicialmente, o cenário causava estranhamento. O palco foi montado de forma suspensa, no local onde acontecem as corridas de cavalos. As arquibancadas foram devidamente estofadas e o público presenteado com cobertores para proteção do vento gelado que vinha da Marginal Pinheiros, de forma que, mesmo no local inusitado, a plateia ficou bastante confortável.

E a paisagem ao fundo, composta pelo conjunto de arranha-céus que formam um cenário tipicamente paulistano, acabou se encaixando perfeitamente, mesmo que a noite fosse levar os amantes de jazz para uma viagem harmoniosa a Cuba e África.

Chucho, sua indefectível boina cinza virada para trás e suas habilidades como pianista virtuoso não vieram sozinhos ao Brasil. Junto veio a inacreditável banda Afro-Cuban Messengers, composta de seis músicos que assumiram longos e virtuosos solos ao longo das duas horas de apresentação. Os músicos, além de tocarem, colaboraram com vocais e cantos africanos.

O show começou ao som de duas longas peças, os complexos e hipnotizantes temas “Conga Danza” e “Iansa”. Chucho pareceu mesmo animar com a canção seguinte, “Zawinul's Mambo”, a terceira e última faixa antes de chamar ao palco a irmã, a cantora Mayra Caridad Valdés, trajando roupa e apetrechos brilhantes da cabeça aos pés. "Aquela era a voz feminina do grupo”, explicou ele em um dos poucos momentos em que falou. Mesmo que estivesse com uma leve crise de tosse, ela demonstrou uma potência vocal impressionante cantando o tema “Alma Mía”.

Assim que Mayra saiu do palco, entrou o convidado de Chucho, o “gênio Hamilton de Holanda”, como elogiou o anfitrião. Os oito músicos (Chucho, Hamilton e banda) tocaram “Guajira”, “Neurosis”, um clássico cubano, e uma muitíssimo aplaudida versão de “Besame Mucho”. Antes de terminar a parceria, Hamilton foi ao microfone agradecer a oportunidade de tocar com um artista tão consagrado como Chucho (“e no meu país, o que é melhor ainda”) e explicou que, para fechar, o cubano pediu para que eles fizessem um número bem brasileiro, que todos conhecessem. Para cumprir tais requisitos, foi escolhida a canção “Tico-tico no Fubá”. Com seu jeito intenso de tocar, Hamilton parecia “bailar” com o bandolim durante a execução da música.

O encerramento – antes de dois bis – aconteceu ao som de “Chango”. Muito aplaudido, Chucho agradeceu, e estava saindo quando de repente se virou e apontou para o piano, sorrindo e indagando, sem usar palavras, se as pessoas gostariam que ele voltasse. O aumento das palmas indicou que sim, mais um bis seria bastante benvindo. Ao final, mais uma vez os músicos todos se despediram e Chucho, antes de descer para o camarim, fez o mesmo gesto de retornar ao piano de cauda preto. Novamente, foi incentivado a continuar. Quando voltou, trouxe ao palco Hamilton, para estreitar mais um pouquinho as relações musicais Cuba-Brasil, antes de dar um tchau definitivo, quando o relógio já marcava quase meia-noite.

O Telefônica Sonidos continua até o próximo sábado, 27, e ainda terá encontros entre Julieta Venegas e Marisa Monte, a dupla Victor & Leo e o trio mexicano Camila, entre outros. Você confere a cobertura completa do evento aqui, no site da Rolling Stone Brasil.