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Coala Festival anuncia versão virtual para 2020 com formato inovador; conheça [EXCLUSIVO]

Para a edição deste ano, o evento acontecerá em meio à natureza e terá oito horas de transmissão no YouTube com blocos de conteúdos, shows e DJs sets

Isabela Guiduci Publicado em 21/07/2020, às 07h00

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Coala Festival Virtual (Foto: Divulgação)
Coala Festival Virtual (Foto: Divulgação)

Se adequar ao 'novo normal' tem sido o principal desafio de todos os indivíduos ao redor do mundo por conta da pandemia de coronavírus e das medidas de isolamento social. Não foi diferente para oCoala Festival. O evento, que acontece anualmente desde 2014, precisou reimaginar a edição de 2020 para recriá-la virtualmente, e mesmo online, superar as expectativas do público com uma transmissão inovadora. 

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Durante 6 edições, o festival foi realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo, com o intuito de apresentar o melhor da música brasileira - das novas experimentações, ritmos e estilos ao clássico, à bossa nova e à MPB. Com um line-up que intercala shows com DJs Sets, o evento revisita as sonoridades nacionais de maneira original, e se tornou, portanto, um dos festivais mais esperados pelo público. 

Em 2020, os organizadores não deixarão o público sem celebrar o melhor da musicalidade do país e trarão um evento virtual que promete ser tão fod* quanto os físicos. No dia 12 de setembro, a partir das 14 horas no canal oficial do YouTubedo Coala Festival, os fãs e amantes da música nacional têm um encontro marcado com a transmissão de cinco shows e quatro DJs. O line-up ainda não foi divulgado. 

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O Coala Festival em 2020 será realizado virtualmente, com transmissões de shows e apresentações que acontecerão em meio à natureza - local escolhido por ser um refúgio sereno para recordar a tranquilidade durante o isolamento e distanciamento social. Para esta edição, os organizadores precisaram redesenhar o formato do evento. Gabriel Andrade, um dos idealizadores e também curador do festival, contou como foi o processo de recriação em entrevista à Rolling Stone Brasil

"Foi um processo criativo bem intenso e desafiador [transformar em um evento virtual], porque são muitas as possibilidades de se fazer isso, mas não temos experiência com nenhuma delas, risos. Tivemos uma série de ideias e de formatos diferentes, mas desde o começo pensamos em como manter a grandiosidade de um festival", explicou Gabriel.

Ele acrescentou: "A partir daí decidimos montar a estrutura de um festival mesmo, mas que não será aberto ao público. Sabendo que não haveria público, pudemos repensar a locação e optamos por um lugar no meio da natureza. Depois que batemos o martelo nesse novo espaço, começamos a pensar como o festival aconteceria ali."

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"Por fim, sabendo que o ponto de contato com o público seria a transmissão, começamos a pensar o festival quase como um programa televisivo, e, nessa altura, fomos buscar referências para botar esse plano de pé. Buscamos inspiração em diferentes campos e acredito que o principal sobre os conteúdos programados para serem trazidos ao público é ser relevante para a audiência. São conteúdos contextualizados no mundo da música, apresentados por pessoas cujo fazem parte ou entendem desse universo, além de serem expostos de uma forma dinâmica e integrada à programação do festival", concluiu.  

Não será uma simples transmissão ao vivo no YouTube, portanto. Vai muito além dos shows e das apresentações dos DJs: a edição trará um espaço muito bem-construído para que o público possa sentir a grandiosidade do festival e reviver as sonoridades brasileiras. 

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Conteúdos exclusivos sobre música nacional serão combinados aos cinco shows e aos DJ Sets em 8 horas de transmissão no sábado, dia 12 de setembro. Ao longo do festival, haverá blocos, guiados por um apresentador, que trará entrevistas pré-gravadas e ao vivo com os artistas selecionados para o line-up. 

O curador do evento explicou: "Elas [as entrevistas] vão acontecer nos intervalos entre os shows, porém nesses intervalos a música não para. Teremos DJ Sets assim como no festival, mas quando entrarem as entrevistas, o som do DJ passa a funcionar como uma trilha sonora de fundo e o áudio da entrevista se sobressai. Assim conseguimos manter a fluidez da programação."

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Toda a programação será reproduzida em um ambiente virtual. Por isso, a escolha do espaço não foi à toa. Para o público se sentir confortável e parte do festival, a natureza foi a opção ideal para que os espectadores assistam às apresentações musicais, entrevistas e conteúdos exclusivos a partir de uma transmissão autêntica e original. 

"O Coalaacontece no Memorial da América Latina, que é puro concreto, e sempre trouxemos elementos de natureza para a cenografia, para trazer leveza para esse ambiente. Como esse ano não temos público, não precisamos de um planejamento de mobilidade e então decidimos inverter: em vez de trazer a natureza para o Coala, levar o Coala para a natureza. Agora, durante a pandemia, pudemos ver como faz falta esse contato com o mato, como as pessoas se refugiaram ou gostariam de ter se refugiado longe da cidade grande e com o Coala não é diferente", afirmou.  

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Sobre a criação de um evento para além de uma simples live, o idealizador do Coalaesclareceu: "O Coala vem numa crescente nos últimos anos e sempre tivemos um cuidado muito grande para trazer coisas novas mantendo o conceito, a estética e o nível de produção. Nas versões físicas a ideia é sempre surpreender o público e trouxemos esse pensamento para o Coala VRTL [virtual]. Além disso, o festival já estava marcado para setembro e, dada a febre das lives logo no início da pandemia, imaginamos que precisaríamos fazer algo diferente para ser relevante".

Para criar um formato inovador, com tantas mudanças e uma edição totalmente redesenhada, a equipe do festival passou por um processo desafiador, mas que não os impediu de repensá-lo para tornar a edição tão inesquecível como as físicas foram. 

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"Mudar totalmente o pensamento e também a equipe para pensar um programa de TV de 8 horas [foi desafiador]. Desde o começo percebemos que precisaríamos de alguém cujo trabalhasse com isso e plugamos muito cedo um Diretor de Transmissão, e ele co-cria conosco toda essa história", falou Gabriel

Ele continuou: "Além disso, temos o desafio de criar ações para manter o engajamento do público. Nossa essência, além da música, é o público - e é um desafio gerar esse senso de comunidade para o dia do festival, para se tornar uma experiência compartilhada e para todos estarmos juntos sem que isso seja, necessariamente, um ato físico."

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A produção, como o idealizador explicou, será intensa e contará com uma equipe como a de um programa de televisão. Devido à pandemia de coronavírus, o evento seguirá todas as indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) com a ajuda de uma consultoria contratada responsável por acompanhar o processo e garantir que todos os protocolos sejam seguidos - de sanitização, uso de máscaras e distanciamento com o turno das equipes. 

"Estamos atentos a todos os protocolos de segurança e acompanhando a evolução da pandemia no Brasil. Entendemos que até setembro precisamos manter o isolamento e seguimos por esse caminho. A ideia é fazer o mais próximo possível de um evento normal, mas sempre tendo a segurança de todos os envolvidos como prioridade", contou Gabriel

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Em 2020, portanto, o Coala Festival vai acontecer. Adaptado para uma versão virtual e feito em um formato inovador, quase como um programa de televisão. Ainda, trará nomes do cenário musical brasileiro que seguramente vão lembrar um dos melhores legados nacionais: a sonoridade única e excêntrica fruto da diversidade cultural do país. 

Um lado bastante positivo da edição virtual é a facilidade de alcançar um público ainda maior ao estar em um ambiente online. Isto é, a edição não apenas estará concentrada em São Paulo, mas as apresentações dos artistas podem inclusive, chegar a outros países - e, tudo, ao vivo ao longo das oito horas de transmissão. 

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As edições físicas ao longo dos seis anos de evento contaram com apresentações de nomes clássicos como Caetano VelosoGilberto Gil, Milton Nascimento, Chico César e Maria Gadu, Elba Ramalho e Mariana Aydar, Elza Soares, Emicida, Ney Matogrosso, Djongae muitos outros. Para 2020, é possível esperar artistas grandiosos como visto nas outras ocasiões. 

Para entrar no clima do Coala Festival, o evento disponibilizou um teaser no canal oficial no YouTube - o mesmo em que acontecerá a edição de 2020. Assista: 


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