Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Cocriador do Justiceiro: ‘Cancelem todas as HQs de super-heróis’

Em uma série de tuítes, Gerry Conway falou sobre a necessidade de mudar o modelo de criação e vendas de HQs

Redação Publicado em 25/09/2020, às 12h38

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Justiceiro (Foto: Reprodução / Marvel Comics)
Justiceiro (Foto: Reprodução / Marvel Comics)

Gerry Conway, cocriador do Justiceiro, Firestorm, Vixen e Miss Marvel, publicou uma grande thread de tuítes - sequência de postagens - sobre o mercado de histórias em quadrinhos e declarou que é necessário cancelar “todas as HQs de super-heróis”. (Via Bleeding Cool)

Após participar do programa Word Ballon no Youtube e conversar com apresentador John Siuntres sobre o que eles fariam se comandassem o mundo, Conway foi para as redes sociais para apontar os problemas deste segmento da indústria de entretenimento. 

Primeiro, o criador contextualizou a situação do mercado de HQs para os seguidores e explicou que os quadrinhos nunca tiveram tanto potencial na mídia, mas o atual modelo de negócios afeta os editores e não cria perspectiva de futuro. 

+++ LEIA MAIS: Ator de Vingadores rejeita volta como Justiceiro: ‘Estou superando essas coisas de heróis da Marvel e quadrinhos’

“Vamos deixar de lado essa incrível estupidez comercial de depender de um único método de distribuição (vendas diretas para um único público em lojas de livros). O problema é maior: o público definido para a popularização dos quadrinhos é um público que, por definição, diminui constantemente”, escreveu Conway

Conway explica que no final dos anos 1970, Stan Lee e Julie Schwartz já tinham tornado as HQs populares ao criar histórias para garotos de 9 a 13 anos. Contudo, a próxima geração de criadores e quadrinistas queria trazer narrativas mais complexas para o público adulto. 

Para o criador, era uma situação similar à série de livros de Harry Potter:  “Apesar do apelo que o primeiro livro de Potter tem sobre os leitores mais velhos… seu público-alvo principal era, e continua sendo, estudantes do fundamental, de 8 a 12 anos”. 

Ele continuou: “E o mesmo costumava ser para os quadrinhos de super-heróis. Até que minha geração chegou [...] Nós não queríamos criar HQs para crianças. Nós queríamos criar HQs para nós”. 

+++ LEIA MAIS: Watchmen faz história como primeira adaptação de HQ a ganhar uma categoria principal do Emmy

Então, Conway declarou que a solução para este dilema comercial seria cancelar todas as HQs. “Eu cancelaria todas as HQs de super-heróis existentes e publicaria uma nova linha para os estudantes do fundamental, simplificaria os personagens e as narrativas e eliminaria todos os ‘eventos’ que necessitem de mais familiaridade com a história básica. Dez-quinze títulos”, disse o criador. 

Ele continuou: “Para os leitores já existentes, eu ofereceria uma linha de quadrinhos separada e mais cara, com quaisquer histórias expandidas para adultos que os criadores e leitores desejam explorar. Mas isso seria separado. Não mensal. Não seria o convencional”.

Por fim, Conway disse que faria o possível para colocar as publicações em todas as redes de distribuição possíveis, como supermercados, cinemas e plataformas digitais, como a Amazon


+++ MANU GAVASSI: 'SE A MÚSICA SÓ FOR UMA FÓRMULA, É VAZIA E NÃO EMOCIONA' | ENTREVISTA ROLLING STONE