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Com Anitta e Ludmilla, WC no Beat impulsiona o trapfunk para o mainstream

Em 2018, o produtor imprimiu um novo gênero dentro da indústria fonográfica com a estreia do disco 18K. Agora, espera se consolidar com projeto previsto para 2020

Nicolle Cabral Publicado em 02/03/2020, às 08h00

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Wc no Beat (Foto: Lord Bull Oficial)
Wc no Beat (Foto: Lord Bull Oficial)

Entre o lançamento de "Balança", com a participação do DJPedro Sampaio e FP do Trem Bala, e as gravações do clipe de "Sem Limites" com a Ludmilla e o Vitão, WC no Beat parou 25 minutos para bater um papo com a Rolling Stone Brasil.

"Tô no Rio [de Janeiro]. Tava gravando na quarta, ou na terça, já nem sei mais", conta.

O motivo da correria? O segundo disco de estúdio, com mais de 30 participações, previsto ainda para o primeiro semestre de 2020. "Estou gravando toda hora. To batendo a cabeça com esse disco. Se eu precisar sair hoje para gravar alguma coisa nos Estados Unidos, vou fazer".

Ansioso - e muito animado com as novidades - WC celebra a agenda de shows lotada e trabalhos que somam mais de 250 milhões de plays (no YouTube e Spotify). O sucesso veio com o primeiro disco 18K, que reuniu a nata do funk e do rap carioca - entre as participações presentes no álbum estão BK',Sain, Luccas Carlos, MC Cabelinho e MC Lan - e deu um vislumbre do que seria o trapfunk pelas mãos do artista.

"Sou um cara muito observador. Vejo onde estão as coisas novas. Se você pensa em algo que nunca ninguém fez, é tiro certo. Você vai estar fazendo história".

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Os dois gêneros unidos ao dancehall e bass music emplacou hits como "Meu Mundo" (feat. Mc Cabelinho, PK, Mc Hariel & Orochi), "Trabalho Lindo" (feat. MC TH & Pelé MilFlows) e "Ménage à Trois" (feat. BK, Mc Maneirinho & Sain), todos presentes no disco.

Aos 8 anos, Weslley Costa já se movimentava como um produtor. Com um computador e a companhia do primo aprendeu a fazer alguns sons em programas de gravação e mixagem como o Acid Pro 4, Sony Vegas e Battery 2. "Foi o começo do meu gosto pela parada".

No início, WC era movido pelo funk. Até que o pai, alguns anos depois, presenteou-o com uma bateria eletrônica e por incentivo de um colega se aproximou da cena do rap. Nesse momento, WC encontrou o ponto de fusão dos dois gêneros. "Sempre vi a música como um projeto futuro".

O artista conta que a cena de Vitória, no Espirito Santo, cidade em que nasceu e foi criado, surgiu a partir da movimentação dele com o grupo de amigos. "Não tinha muito rolê [de funk e rap] na época, foi uma parada que criamos. No tempo livre que eu tinha da escola, gostava de fazer som".

Profissionalmente, WC iniciou a carreira sendo DJ nos shows do Marcelo D2 por um ano e foi ganhando espaço na cena do hip-hop. Com isso, passou a produzir alguns projetos do Felp 22 ao lado do grupo Cacife Clandestino, como "Conteúdo Explícito Part 1", "Vilã" (com participação de Luccas Carlos) e "Só Me Ligar" (feat. Cone Crew).

Com a chegada do 18K, ele se tornou referência ao misturar a batida do trap com funk. "Virei um caminho [para as pessoas], e essa era a minha intenção".

O projeto, lançado pela Medellin Records, chamou a atenção da Sony Music logo no final de 2018 e rendeu um contrato - e um novo disco. "Existe muita diferença quando você encara um novo desafio, como assinar com uma gravadora e ter o apoio deles para alavancar o próprio som. Estou trabalhando para poder levar [a música] além".

Agora, para se consagrar na indústria, WC reuniu grandes nomes para contribuir com o novo projeto. Entre eles, Anitta, Ludmilla, Vitão e Dfidéliz (integrante do fenômeno do trap nacional, Recayd Mob).

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"O disco está grande e lindo. Está muito diferente do 18K. Acho que aprimorei mais o meu nível dentro do estilo, sinto que o disco está maduro. O pessoal está querendo saber como vou me manter, e fiz isso dentro desse disco", conta. "Inovei o trapfunk".

Ao refletir sobre a crescente do trap como uma vertente do hip-hop e do funk na indústria, WC pontua: "[Os dois gêneros] são vistos com muito preconceito, mas se você vê os números, eles ultrapassam barreiras. Não tem como discutir sobre o quanto isso é grande. Estamos fazendo rebuliço na cena. Movimentamos tudo isso".

"O trap e o funk muda a vida das pessoas, gera renda e entretenimento", acrescenta.

Um exemplo desse cenário é o alcance desses estilos musicais dentro do circuito dos grandes festivais, como o Lollapalooza 2020, que o produtor se apresentará ao lado de Ludmilla, PK, Filipe Ret, Haikais, Felp 22 e Kevin O Chris.

"Isso é escolha do público, porque eles estão vendo o trapfunk. Há dois anos isso nem pensava em existir, além dos remixes que eu mesmo fazia. Hoje a nossa música é a nossa realidade, e em 2020, as pessoas consomem a nossa realidade".

Para o futuro, WC espera fazer história e que, além da música, possa ser considerado como "criador de um gênero".


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