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Novos Baianos estreia show emocionante e com ares de megaprodução em São Paulo

Grupo tocou o clássico Acabou Chorare na íntegra e resgatou músicas de disco de 1978

José Flávio Júnior Publicado em 13/08/2016, às 13h30 - Atualizado às 16h55

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Novos Baianos durante o primeiro show da turnê de reunião <i>Acabou Chorare os Novos Baianos se encontram</i>, no Citibank Hall, em São Paulo, em agosto de 2016 - Mila Maluhy/Divulgação
Novos Baianos durante o primeiro show da turnê de reunião <i>Acabou Chorare os Novos Baianos se encontram</i>, no Citibank Hall, em São Paulo, em agosto de 2016 - Mila Maluhy/Divulgação

Se não é o show do ano, é, no mínimo, uma viagem. O espetáculo de reencontro dos Novos Baianos, que estreou na casa de shows paulistana Citibank Hall na noite de sexta-feira, 12, impressionou pelo capricho com que foi levado ao palco. Com direito a cenários de Gringo Cardia para diferentes partes da apresentação e até a um carro entrando em cena, trazendo Baby do Brasil, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Pepeu Gomes em cima dele, o que se viu foi uma produção inédita na trajetória do supergrupo, que não atuava completo desde 1998 e regressou para um show em Salvador, em maio. Inédita e merecida.

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Os integrantes corresponderam ao luxo entregando o melhor que podiam. Durante duas horas e dez minutos (o show começou às 23h, com meia hora de atraso, e chegou ao fim à 1h10), eles se revezaram nos holofotes, cada um extraindo a reação possível. Baby fez a plateia que quase lotava o ambiente aplaudir de pé quase todos os seus números. Quem não a acompanha de perto, ficou embasbacado com suas performances sublimes em “A Menina Dança”, “Tinindo Trincando” e “Brasileirinho”. Já quem está acostumado com suas interpretações absurdas ficou arrepiado quando ela recuperou “Farol da Barra”, delicada faixa de abertura do homônimo álbum de 1978 dos Novos Baianos, o último antes da separação.

Para delírio dos fãs mais dedicados do grupo, o rock que encerra o mesmo álbum, “Sugestão Geral”, também foi lembrado no repertório, e levado no gogó por Pepeu Gomes. Surpreendentemente, o guitarrista também assumiu a voz principal de “Colégio de Aplicação”, do disco de estreia da banda, que ele sequer aparece na capa. Coube a Pepeu ainda mandar os grandes solos da noite, como era de se esperar, e ciceronear os irmãos Jorginho Gomes (bateria e cavaquinho) e Didi Gomes (baixo e percussão), além de Dadi (baixo e guitarra), na instrumental “Um Bilhete pra Didi”, tema do clássico Acabou Chorare (1972).

O disco mais emblemático da carreira, eleito pela Rolling Stone a maior dentre as obras-primas da música brasileira, foi executado em sua íntegra. Moraes, antes de entoar a faixa-título, enfrentou alguns problemas no retorno e deixou escapar: “É que estou tão viajando nesse show...”. O público veio abaixo. Mesmo com a emissão vocal muito diferente da de seus tempos áureos, ele arrancou fervorosos aplausos após comandar o hit “Preta Pretinha” e permaneceu no centro do palco por quase todo o espetáculo, com seu violão servindo de norte para qualquer passo dos Novos Baianos.

Quem estava numa noite particularmente inspirada e afinada era Paulinho Boca de Cantor. Foi logo incendiando o recinto com “Dê um Rolê”, a terceira das 23 músicas executadas na jornada. De pandeiro na mão, chamou a massa para suingar com “Swing de Campo Grande”. Teve bonito papel na releitura do hino “Na Cadência do Samba”, que dividiu o show ao meio. E, no trecho final, brilhou com a sempre emocionante “Mistério do Planeta”. Autor dos fascinantes versos da canção, Luiz Galvão permaneceu no palco escrevendo poesias numa mesa, que depois viraram aviõezinhos de papel com destino às primeiras fileiras. Ele também recitou duas delas num momento solo e fez outras intervenções pontuais e simpáticas.

Após o encerramento, com “Brasil Pandeiro”, a banda recebeu fãs ilustres numa festinha no camarim – Nando Reis, Chico César, o comentarista e ex-jogador Walter Casagrande e o publicitário Washington Olivetto, entre eles. Até o ex-presidenciável Eduardo Jorge (PV) foi visto na plateia, com o sorriso largo de quem reencontrava uma utopia. A viagem dos Novos Baianos passa pelo Citibank Hall mais uma vez na noite deste sábado. Em setembro, há datas marcadas no Rio e Belo Horizonte.

Turnê de reunião Acabou Chorare os Novos Baianos se encontram

São Paulo

13 de agosto (sábado)

Citibank Hall SP | Av. das Nações Unidas, 17.955 – Santo Amaro

Rio de Janeiro

2 e 3 de setembro (sexta e sábado)

Metropolitan | Av. Ayrton Senna, 3000 – Shopping Via Parque - Barra da Tijuca

Belo Horizonte

10 de setembro (sábado)

BH Hall | Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 – São Pedro